São Paulo – O International Women’s Travel Center (IWTC) é uma entidade que se dedica a auxiliar mulheres viajantes a realizarem jornadas seguras pelo mundo e, periodicamente, produz uma lista de lugares que são considerados os mais perigosos para as turistas que desejam viajar sozinhas ou acompanhadas. A partir de uma seleção de países que foram considerados como “prováveis destinos”, e que, portanto, não inclui lugares como Síria e Iraque, a entidade pesquisou informações sobre segurança e violência em entidades internacionais. Montou então um perfil sobre cada um deles, expondo os maiores riscos oferecidos às mulheres. Vale ressaltar que a entidade não recomenda que viagens não sejam feitas aos locais listados, apenas lembra que os perigos existem e que, portanto, cautelas são necessárias. Ademais, embora a seleção seja baseada em critérios subjetivos e tenha sido elaborada com vista ao público feminino, não deixa de ser mais uma boa ferramenta a ser utilizada por todos na hora de organizar as férias. Confira nas imagens.
De acordo com o IWTC, a Índia é um lugar maravilhoso, mas a entidade lembra que diferentes governos do planeta, como dos Estados Unidos e do Reino Unido, consideram que nenhuma região do país é segura o suficiente para os turistas estrangeiros, especialmente as mulheres. “Estupro é um problema epidêmico tanto para turistas quanto para as mulheres locais”, lembra a entidade, “para completar, o sistema judiciário é um abismo e é difícil reportar um ataque, mais difícil ainda é obter a assistência necessária”. Em janeiro, por exemplo, cinco homens (dois deles trabalhavam como guias turísticos) foram presos em Calcutá suspeitos de extorquir e estuprar uma turista japonesa de apenas 22 anos. Ela foi mantida em um cativeiro até conseguir fugir cerca de um mês depois.
Outro país que pode representar muitos perigos para as mulheres turistas é o Egito. “Depois da Primavera Árabe, houve um dramático crescimento nos números de assédio sexual contra turistas e locais”, considerou o IWTC. No ano passado, informou o jornal britânico The Telegraph, dois luxuosos resorts tiveram suas licenças de operações temporariamente suspensas após denúncias de que hóspedes foram estupradas nas dependências dos estabelecimentos.
“É verdade que milhões de turistas vão ao México sem qualquer contratempo e muitas áreas são seguras”, lembra a entidade, “porém, não há como negar que o tráfico de drogas e a violência de gangues foram os motivos para que o governo dos EUA emitisse um aviso de alerta para viagens ao país”. Em 2013, um caso de violência contra turistas foi registrado em um dos locais turísticos populares do México: Acapulco. De acordo com a CNN, um grupo de homens armados invadiu o bar em uma praia, amarrou os homens que lá estavam e estuprou seis espanholas.
O Brasil não escapou da seleção uma vez que, por aqui, “os turistas são vistos como alvos específicos, especialmente durante a noite”. A entidade cita ainda dois crimes comuns no país: os sequestros relâmpagos para saques em caixas automáticos e também os roubos realizados por homens em motocicletas, que conseguem escapar rapidamente. A violência sexual também é citada como um motivo de alerta para o país. Um exemplo deste problema foi o caso da turista americana, de apenas 21 anos, que foi estuprada dentro de uma van no Rio de Janeiro ao tentar ir de Copacabana para a Lapa, dois dos lugares mais turísticos da cidade.
A entidade lembra que Honduras é considerado um dos países mais perigosos do planeta, com altas taxas de homicídio. “Um dos problemas é o tráfico de cocaína, mas há também intensa violência entre gangues, além de roubos à mão armada”. A cidade mais violenta do mundo está em Honduras. San Pedro Sula registrou 1,317 mortes no ano passado e conta com uma taxa de homicídios de 171,2 para cada 100.000 habitantes. Para efeitos de comparação, em João Pessoa, a pior no Brasil, esta taxa é de 79.41.
De acordo com a entidade, o Quênia é outro país que oferece muitos perigos aos turistas, mas especialmente às mulheres. Isso por que são altíssimos os riscos de violência sexual entre mulheres e meninas, sejam elas de áreas urbanas ou de zonas rurais, “e o judiciário do país não é uma boa ajuda”, lembra o IWTC. Outro ponto são as ameaças terroristas. No Quênia, o grupo em atividade é o Al-Shabaab e um de seus ataques mais comuns são operações suicidas em áreas frequentadas por turistas. Em 2013, por exemplo, radicais invadiram um shopping na capital do país, Nairóbi, num atentado que matou 72 pessoas.
Sobre a situação para as mulheres na Colômbia, a entidade diz que “é tão ruim que até mesmo as ativistas que defendem os direitos das mulheres se tornaram alvos de ataques e estupros”. Ainda pior, revela o IWTC, é o fato de que o atendimento que deve ser realizado pós-ataque, como na polícia ou mesmo em hospitais, não é adequado.
A Arábia Saudita, descreve a entidade, não é muito amigável para as mulheres, turistas ou locais, que sequer podem dirigir. O IWTC lembra ainda que é muito difícil é conseguir um visto para entrar no país. E mesmo com ele em mãos, é necessário que as mulheres estejam sempre acompanhadas de um parente do sexo masculino e vestindo a abaya, túnica preta, e o hijab, véu usado na cabeça.
A Venezuela é considerada “não amigável e perigosa” pela entidade e um dos problemas mais sérios, para turistas e mulheres locais, é o tráfico humano. “Sequestros são comuns, então é uma boa ideia avisar a sua embaixada e seus familiares sobre os locais que irá visitar”, recomenda o IWTC.
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