Os 10 países mais mortais para jornalistas no mundo
Só em 2015, um total de 110 jornalistas foram mortos, de acordo com levantamento da organização Repórteres Sem Fronteiras; Iraque é o país mais perigoso
Vanessa Barbosa
Publicado em 30 de dezembro de 2015 às 09h30.
Última atualização em 26 de outubro de 2018 às 12h04.
São Paulo - Por trás das imagens marcantes dos conflitos armados que eclodem no mundo ou do texto correto que denuncia casos de corrupção e crime organizado, há sempre um jornalista. Nestas situações, o perigo é um companheiro constante no exercício da profissão . Os números comprovam. Só em 2015, um total de 110 jornalistas foram mortos, de acordo com um levantamento publicado pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), sendo que 67 deles foram assassinados por motivos relacionados à profissão. Estas mortes elevam para 67.787 o número total de jornalistas mortos em conexão com seu trabalho desde 2005. Segundo o RSF, esta situação preocupante é, em grande parte, atribuível à violência física contra jornalistas e um indicativo do fracasso das iniciativas tomadas até agora para proteger os profissionais de mídia. Na lista de 2015, um país europeu integra o ranking: a França ficou em terceiro lugar, atrás da Síria e do Iraque. O ataque terrorista de janeiro ao jornal Charlie Hebdo contribuiu para uma inversão da tendência do ano passado, quando dois terços das mortes ocorreram em zonas de guerra. Este ano, dois terços das mortes ocorreram em países "em paz", aponta o relatório. Clique nas imagens e veja os países mais mortais para jornalistas em 2015.
Número de mortos em 2015: 11 9 foram mortos durante exercício da profissão ou alvos de um ataque específico 2 foram mortos por razões desconhecidas A cara do perigo: Sob o controle do Estado Islâmico desde junho de 2014, a cidade iraquiana de Mosul é um "buraco negro da informação". Nesta cidade, o grupo jihadista foi responsável por 48 sequestros e 13 execuções de jornalistas nos últimos 18 meses. Cerca de 60 jornalistas profissionais e não profissionais, além de trabalhadores de mídia, fugiram da cidade, enquanto aqueles que ainda estão lá não podem trabalhar por medo de represálias.
Número de mortos: 10 9 foram mortos durante exercício da profissão ou alvos de um ataque específico 1 foi morto por razões desconhecidas A cara do perigo: Centro comum às forças de Bashar al-Assad, grupos militantes curdos e alvo de ataques aéreos da coalizão, a cidade síria de Aleppo é um campo minado para os cidadãos e jornalistas. No conflito que se estende desde 2011, os jornalistas são susceptíveis de acabar como vítimas colaterais, sendo tomados como reféns pelo Estado Islâmico ou presos pelo regime de Assad.
Número de mortos em 2015: 8 Todos os 8 foram mortos durante exercício da profissão ou alvos de um ataque específico. A cara do perigo: O violento ataque terrorista ao jornal Charlie Hebdo que dizimou a redação em janeiro de 2015 fez da França o terceito país mais mortífero para jornalistas neste ano. A tragédia foi sem precedentes.
Número de mortos em 2015: 8 6 foram mortos durante exercício da profissão ou alvos de um ataque específico 2 foram mortos por razões desconhecidas A cara do perigo: Depois de um rápido avanço pelo norte do Iêmen, milícias rebeldes de Houthis assumiram o controle da capital, Sanaa, em setembro de 2014. Desde então, eles atacaram em peso os meios de comunicação e sequestraram jornalistas filiados à Al-Islah (a coalizão sunita que faz oposição aos houthis, pertencentes à seita zaydi do islamismo xiita). Mais de um ano depois, os únicos jornalistas que ainda trabalham em Sanaa são os que apoiam as milícias rebeldes Houthi.
Número de mortos em 2015: 7 6 foram mortos durante exercício da profissão ou alvos de um ataque específico 1 foi morto por razões desconhecidas O Sudão do Sul separou-se do Sudão para se tornar um país independente em 2011. Dois anos depois, o país mergulhou em uma violenta guerra civil, que já gerou 2 milhões de refugiados e centenas de milhares de famintos. E não há sinal de trégua a vista. Em meio aos conflitos, os jornalistas que se opõem ao governo central, comandado pelo presidente Salva Kiir, recebem constantes ameaças de morte.
Número de mortos em 2015: 9 5 foram mortos durante exercício da profissão ou alvos de um ataque específico 4 foram mortos por razões desconhecidas A cara do perigo: Jornalistas indianos que cobrem o crime organizado e as suas ligações com políticos têm sido expostos a uma onda de violência de origem criminosa. Ao todo, nove jornalistas foram assassinados no ano passado (quatro deles por razões ainda desconhecidas). Essas mortes confirmam a posição da Índia como país mais letal da Ásia para a mídia, à frente do Paquistão e do Afeganistão.
Número de mortos em 2015: 8 3 foram mortos durante exercício da profissão ou alvos de um ataque específico 5 foram mortos por razões desconhecidas A cara do perigo: No México, não há refúgio possível para os jornalistas. O país continua a ser o mais letal da América Latina para o exercício da profissão. As regiões mais perigosas são o sul dos estados de Veracruz e Oaxaca, onde o crime organizado e os políticos locais perseguem os jornalistas que cobrem a corrupção.
Número de mortos em 2015: 7 3 foram mortos durante exercício da profissão ou alvos de um ataque específico 4 foram mortos por razões desconhecidas A cara do perigo: Assim como acontece na Índia, milícias, políticos corruptos e assassinos contratados continuam a ameaçar e matar jornalistas com total impunidade nas Filipinas.
Número de mortos em 2015: 7 Todos os 7 foram mortos por razões ainda indeterminadas. A cara do perigo: Honduras tornou-se um dos países mais perigosos do Ocidente para jornalistas desde o golpe militar de junho de 2009. Ataques à oposição e aos meios de comunicação comunitários são constantes e seguem completamente impunes.
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