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Os 10 países mais ameaçados pela fúria da natureza

Relatório da consultoria de risco Maplecroft lista os países mais vulneráveis a eventos extremos e sua capacidade de recuperação socioeconômica

Da ruína à reconstrução (Getty Images)

Vanessa Barbosa

Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 17h41.

Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h31.

São Paulo – Desastres naturais ocorrem em todo o planeta, a todo tempo. Mas em alguns países eles causam mais danos do que em outros, não tanto pela proporção, mas pela capacidade da região de se recuperar, ou não, de uma catástrofe. Segundo um novo relatório da consultoria britânica de risco Maplecroft, apesar de os EUA e o Japão terem sido classificados como em risco extremo, por estarem mais expostos aos perigos naturais, são as economias emergentes da China, Índia, Filipinas e Indonésia, que representam o maior risco para os investidores devido à baixa capacidade de combater os impactos de um grande desastre.

A ocorrência de uma catástrofe nesses países também pode ter impactos econômicos globais e afetar gravemente as cadeias de suprimentos. O nível de risco foi calculado avaliando uma série de fatores, incluindo a robustez econômica, a força de governança e a infra-estrutura. O relatório também faz um saldo dos prejuízos dos desastres ocorridos. Até agora, só os seis primeiros meses do ano fazem de 2011 o mais “caro” da história. Somados, o tsunami no Japão, os tornados nos EUA e as inundações na Austrália já custaram 265 bilhões de dólares, sem falar das milhares de perdas humanas.
  • 2. 1 – Estados Unidos

    2 /11(Getty Images)

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    Os Estados Unidos são o país com maior exposição aos desastres naturais, segundo a Maplecroft, sendo classificado como de “risco extremo”. A temporada de furacão americana de 2011 foi uma das mais intensas da história dos EUA, com 1.154 tornados registrados. Entre abril e maio, esses tornados geraram perdas econômicas de aproximadamente 7 bilhões de dólares e só no mês de julho causaram 537 mortes. Mas, segundo o relatório, esses eventos extremos são contrabalanceados por um sistema eficaz de infra-estrutura do governo e boa resiliência sócio-econômica, ou seja, o país é capaz de recuperar bem dos danos e perdas causadas pelas tempestades severas e tornados.
  • 3. 2 - Japão

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  • A exposição da economia japonesa aos perigos naturais é avaliada como de 'risco extremo'. Por ser terceira maior economia do mundo, um desastre de grande magnitude, como o tsunami que atingiu o país em março, causa impactos financeiros que podem ser sentidos a nível mundial. Os danos na usina nuclear de Fukushima afetaram o fornecimento de energia para a região, mas também a produção industrial. Em números gerais, o tsunami no Japão foi o evento sísmico global mais caro da história, com custo estimado em 235 bilhões de dólares.
  • 4. 3 - China

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    O perigo no gigante asiático mora próximo de seus rios, incluindo o Yangtsé, o maior do país. Em dias de fortes chuvas, eles transbordam, inundam as cidades e estragam plantações. Em 2010, o saldo desse fenômeno cada vez mais comum não foi nada bom. Estima-se que 80 milhões de pessoas precisaram de ajuda do governo para comprar alimentos, cujos preços estavam em disparada, para atravessar o inverno chinês.

    Entre junho e julho deste ano, tempestades tropicais no sul do país causaram estragos, matando mais de 100 pessoas. A classificação da China em “risco extremo” reflete a exposição econômica do país a este e outros desastres naturais. Dada a escala da economia chinesa, um evento extremo apresenta riscos significativos que vão além das fronteiras do país. O relatório da Maplecroft destaca que boa parte da produção econômica se concentra ao longo da zona costeira no leste da China, em particular em torno do Mar Amarelo, região exposta a terremotos.
  • 5. 4 - Taiwan

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    Terremotos e tufões são os dois principais riscos naturais em Taiwan. A exposição da ilha a fortes ciclones tropicais foi demonstrado pelo dano causado pelo tufão Morakot em agosto de 2009. O impacto econômico da tempestade foi limitado porque a maioria dos danos se concentraram nos setores da agricultura e do turismo, que compreendem uma porção relativamente pequena de produção global da economia do país.

    Mas, segundo o relatório da Maplecroft, o custo e as implicações do tufão Morakot teria sido substancialmente maiores se as tempestades atingissem áreas chaves de produção, como os centros industriais. As atuais questões ambientais incluem: poluição do ar, poluição da água por emissões industriais e de esgoto e comércio de espécies ameaçadas de extinção.
  • 6. 5 - México

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    A exposição à furacões é uma constante no México, principalmente nos litorais do país com o Atlântico e o Pacífico. A cada ano, o aumento da frequência de perdas econômicas causadas por esses fenômenos vem afetando profundamente a produção agrícola. Há mais de duas décadas sem receber ajuda relevante do governo, o setor agrícola carece de investimento em diversos fatores de produção, de maquinaria à logística.
  • 7. 6 - India

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    São Paulo - O segundo país mais populoso do mundo é também o sexto mais vulnerável aos desastres naturais. Quase toda a Índia tem um grau elevado ou extremo de sensibilidade, devido à pressão da população e seu ritmo de crescimento econômico, que gera tensão aguda na demanda por recursos naturais.

    Estimativas apontam um aumento demográfico de 300 milhões de pessoas nos próximos anos, contabilizando 1,4 bilhão de indianos em 2026. Esta situação é agravada por um alto grau de pobreza, sistema de saúde precário e dependência agrícola de grande parte da população. Uma catástrofe natural de grandes proporções pode afetar profundamente a economia do país.
  • 8. 7 - Filipinas

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    As Filipinas são um país especialmente suscetível a desastres ocasionados por deslizamentos de terra. Em janeiro deste ano, semanas de chuvas torrenciais causaram uma série desses fenômenos acompanhados de inundações, que deixaram saldo de pelo menos 82 mortos e 1,6 milhões de desabrigados.

    A consultoria destaca alguns fatores que têm contribuído para a maior incidência de desastres, como níveis de precipitação alta, particularmente durante as monções sazonais, a rápida urbanização e o desmatamento ilegal, que expõem o solo à degradação. Pior, segundo a Maplecroft, o país é relativamente fraco na hora de se preparar para responder às emergências. Um exemplo é a corrupção no governo, que torna ineficaz a prevenção de extração ilegal de madeira e mineração, atividades que aumentam os riscos deslizamentos de terra.
  • 9. 8 - Turquia

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    Terremotos são os desastres mais fortes e recorrentes na Turquia, especialmente no norte do país. O mais destrutivo já registrado aconteceu em 17 de agosto de 1999. Com 7,4 graus de magnitude, atingiu o noroeste da Turquia, matando mais de 17 mil pessoas e ferindo outras 44 mil. Inundações são o segundo tipo mais destrutivo de desastres na região. Mais de 300 enchentes ocorreram no país nos últimos 20 anos, gerando danos equivalentes a dois bilhões de dólares.
  • 10. 9 - Indonésia

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    Dados do “Earth Institute”, da Universidade de Columbia, mostram que as ilhas de Java e Sumatra são as regiões da Indonesia mais expostas a desastres naturais. Na lista de riscos estão inundações, deslizamentos de terra, vulcões e secas. Os riscos geofísicos estão confinadas às regiões montanhosas das ilhas, enquanto secas e inundações afetam áreas maiores. As inundações apresentam os maiores danos, quando se compara os prejuízos em relação ao PIB e aos índices de mortalidade.
  • 11. 10 - Itália

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    A Itália está propensa a uma série de desastres naturais – de terremotos a inundações. Mas são as atividades vulcânicas que mais preocupam. Só para ficar nos mais famosos, o Etna e o Versúvio são uma ameaça constante para milhões de comunidades vizinhas. O primeiro, que fica na Sicília, no sul da Itália, entrou em erupção mais uma vez no dia 30 de julho deste ano, expelindo material vulcânico a uma altura de 250 metros. Essa foi a quarta grande erupção do Etna no mesmo mês.
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