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Organizações frustradas com falta de posicionamento da ONU

Representantes da Cúpula dos Povos e o secretário-geral da ONU se reuniram nesta manhã

Ban Ki-moon se reúne com representantes da Cúpula dos Povos e recebe documento preliminar com demandas das organizações da sociedade civil no evento paralelo à Rio+20 (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2012 às 13h07.

Rio de Janeiro – A sensação era de frustração entre os integrantes de movimentos sociais na saída do encontro, com acesso restrito à imprensa, que reuniu representantes da Cúpula dos Povos e o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, nesta manhã (22), no Riocentro, zona oeste da capital fluminense.

Os cerca de 20 ativistas entregaram a Ban Ki-moon um documento preliminar com demandas das organizações da sociedade civil no evento paralelo à Conferência das Nações Unidas, Rio+20 .

Para o Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional, o representante da ONU não deu nenhuma garantia de que os governos vão realmente implementar as decisões acordadas na conferência.

“A resposta dele [Ban Ki-Moon] não foi muito reconfortante. O problema maior é o fato de que não há especificações, prazos, dinheiro na mesa para fazer as coisas acontecerem. E a sociedade civil seria idiota ou qualquer um se acreditasse que agora vão fazer o que a sociedade pede”, comentou Naidoo.

A ativista Cindy Wiesner, do movimento da Aliança Grassroots Global Justice, criticou a falta de posicionamento do secretário-geral da ONU em várias questões levantadas pelo grupo. “Quando perguntamos sobre a posição dele a respeito dos direitos reprodutivos das mulheres, ele desconversou e falou da igualdade de gênero por meio do voto. Não respondeu”, lamentou a ativista norte-americana.

Segundo os ativistas, Ban Ki-moon disse que essa foi uma das reuniões mais importantes do evento e reconheceu a importância do papel exercido pela Cúpula dos Povos. “Basicamente, falamos que não queremos que as discussões da Rio+20 sejam dominadas pelas corporações, soberania alimentar, que a natureza não tem preço e não está à venda e do direito à terra dos povos indígenas”, contou Cindy. “Mas foi frustrante, as respostas foram muito genéricas, assim como o documento final que deve sair daqui”.

Nem todos os representantes da sociedade civil acharam que o encontro foi em vão. De acordo com Graziela Rodrigues, da Articulação de Mulheres Brasileiras do Comitê Organizador da Cúpula dos Povos, a reunião representou um avanço em termos de diálogo com as Nações Unidas.

“O fato de termos nos encontrado e entregado o documento da Cúpula dos Povos é importante, sobretudo, é importante que eles tenham visto pela televisão e pelas notícias uma enorme manifestação, uma cúpula extremamente diversa, plural e cheia de propostas, e que os movimentos estão mais mobilizados e isso é a garantia de que mudanças vão acontecer.”

Graziela defendeu, entretanto, que os movimentos devem manter suas reivindicações para que os encontros oficiais sobre desenvolvimento sustentável saiam da retórica.

Na opinião do representante da organização Religiões por Direitos e da Rede Internacional Act Aliança, Rafael Soares de Oliveira, as demandas das organizações sociais não têm nada de utópicas e são todas possíveis de serem alcançadas se houver vontade política. “Os governos veem essas ideias como utópicas, mas são na verdade muito concretas e já estamos levando-as adiante, de proteção e manutenção da natureza e precisamos ser escutados”

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Rio de Janeiro – A sensação era de frustração entre os integrantes de movimentos sociais na saída do encontro, com acesso restrito à imprensa, que reuniu representantes da Cúpula dos Povos e o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, nesta manhã (22), no Riocentro, zona oeste da capital fluminense.

Os cerca de 20 ativistas entregaram a Ban Ki-moon um documento preliminar com demandas das organizações da sociedade civil no evento paralelo à Conferência das Nações Unidas, Rio+20 .

Para o Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional, o representante da ONU não deu nenhuma garantia de que os governos vão realmente implementar as decisões acordadas na conferência.

“A resposta dele [Ban Ki-Moon] não foi muito reconfortante. O problema maior é o fato de que não há especificações, prazos, dinheiro na mesa para fazer as coisas acontecerem. E a sociedade civil seria idiota ou qualquer um se acreditasse que agora vão fazer o que a sociedade pede”, comentou Naidoo.

A ativista Cindy Wiesner, do movimento da Aliança Grassroots Global Justice, criticou a falta de posicionamento do secretário-geral da ONU em várias questões levantadas pelo grupo. “Quando perguntamos sobre a posição dele a respeito dos direitos reprodutivos das mulheres, ele desconversou e falou da igualdade de gênero por meio do voto. Não respondeu”, lamentou a ativista norte-americana.

Segundo os ativistas, Ban Ki-moon disse que essa foi uma das reuniões mais importantes do evento e reconheceu a importância do papel exercido pela Cúpula dos Povos. “Basicamente, falamos que não queremos que as discussões da Rio+20 sejam dominadas pelas corporações, soberania alimentar, que a natureza não tem preço e não está à venda e do direito à terra dos povos indígenas”, contou Cindy. “Mas foi frustrante, as respostas foram muito genéricas, assim como o documento final que deve sair daqui”.

Nem todos os representantes da sociedade civil acharam que o encontro foi em vão. De acordo com Graziela Rodrigues, da Articulação de Mulheres Brasileiras do Comitê Organizador da Cúpula dos Povos, a reunião representou um avanço em termos de diálogo com as Nações Unidas.

“O fato de termos nos encontrado e entregado o documento da Cúpula dos Povos é importante, sobretudo, é importante que eles tenham visto pela televisão e pelas notícias uma enorme manifestação, uma cúpula extremamente diversa, plural e cheia de propostas, e que os movimentos estão mais mobilizados e isso é a garantia de que mudanças vão acontecer.”

Graziela defendeu, entretanto, que os movimentos devem manter suas reivindicações para que os encontros oficiais sobre desenvolvimento sustentável saiam da retórica.

Na opinião do representante da organização Religiões por Direitos e da Rede Internacional Act Aliança, Rafael Soares de Oliveira, as demandas das organizações sociais não têm nada de utópicas e são todas possíveis de serem alcançadas se houver vontade política. “Os governos veem essas ideias como utópicas, mas são na verdade muito concretas e já estamos levando-as adiante, de proteção e manutenção da natureza e precisamos ser escutados”

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