Protestos: no final da manifestação "serão anunciadas as próximas ações" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
Da Redação
Publicado em 1 de setembro de 2016 às 13h39.
Caracas - Milhares de opositores se concentram nesta quinta-feira em vários pontos do leste da capital venezuelana para participar da "Tomada de Caracas", uma marcha do antichavistas para reivindicar às autoridades uma data para o referendo revogatório do presidente do país, Nicolás Maduro.
Os participantes responderam ao chamado da aliança de partidos Mesa da Unidade Democrática (MUD) e desde começo da manhã se reuniram em seis pontos da cidade vestindo branco e carregando bandeiras da Venezuela.
Muitos dos manifestantes que estão na capital venezuelana vieram do interior do país, apesar dos supostos impedimentos das autoridades que, segundo os dirigentes da MUD, restringiram o acesso à cidade bloqueando algumas estradas.
"Estamos pressionando para que nos reconheçam e respeitem o direito constitucional de revogar o governo este ano", disse o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, o opositor Henry Ramos Allup.
O também secretário-geral do partido Ação Democrática (AD) afirmou que no final da manifestação "serão anunciadas as próximas ações" com as quais a oposição venezuelana pressionará para a ativação do revogatório este ano. O processo está tramitando desde abril.
Sobre a denúncia do governo de supostos planos violentos para esta manifestação, Allup reiterou que esta atividade deve "terminar conforme aos previsto, de maneira pacífica, democrática, como uma grande demonstração de resposta cívica e desejo do povo venezuelano de ativar o referendo revogatório".
"Não prevemos, não desejamos, nem queremos outro desenvolvimento que não seja esse", acrescentou.
Os pontos de concentração seguem recebendo centenas de partidários, apesar das denúncias dos dirigentes da MUD que "alcabalas" (postos de controle policial) impediram o acesso de muitos opositores até a cidade.
O governo de Miranda, controlada pela oposição e que abrange uma parte de Caracas, disse que veículos tiveram acesso negado por "alcabalas" instalada por agentes da Guarda Nacional Bolivariana (GNB). Em resposta a isso, as pessoas decidiram descer dos carros e caminhar pela estrada para tentar chegar a Caracas, segundo o governo.