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Opositores do governo russo lamentam morte de Boris Nemtsov

A oposição russa não tem dúvidas em considerar o caso como “assassinato político”; Comitê de Instrução da Rússia ofereceu recompensa por “informações valiosas”

Velório de Boris Nemtsov: vice-primeiro ministro russo, Arkadi Dvorkóvich, foi um dos primeiros a deslocar-se, às primeiras horas do dia, ao local para prestar condolências à família do dirigente oposicionista (Alexander Utkin/AFP)
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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2015 às 17h10.

Moscou - Muitas pessoas juntaram-se hoje (3), em Moscou, junto ao Centro Sakharov, onde teve início o funeral do opositor russo Boris Nemtsov, assassinado na última sexta-feira (27), próximo ao Kremlin.

Os restos mortais de Boris Nemtsov foram visitados no Centro Sakharov - um museu dedicado aos direitos humanos e ao acadêmico dissidente soviético Andreï Sakharov -, antes do enterro no cemitério de Troïekourovskoïe.

"É alguém de quem me sentia próxima. Queria dizer-lhe adeus. Era um homem de princípios, um homem carismático. Pouco me importa quem o matou, é uma perda irreparável", disse Maria Koniakova, psicóloga.

A mãe de Boris Nemtsov sentou-se junto ao caixão aberto, como manda a tradição ortodoxa. Anônimos e figuras públicas, como o antigo primeiro-ministro Mikhaïl Kassianov e o embaixador dos Estados Unidos John Tefft, aproximaram-se do corpo para deixar flores.

O funeral do opositor de Vladimir Putin ocorreu na presença de embaixadores de países europeus e outros responsáveis estrangeiros, entre os quais o chefe da diplomacia lituana, Linas Linkevicius; o presidente da Câmara de Riga, capital da Letônia, Nils Usakovs; e o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Polônia, Konrad Pawlik.

O vice-primeiro ministro russo, Arkadi Dvorkóvich, foi um dos primeiros a deslocar-se, às primeiras horas do dia, ao local para prestar condolências à família do dirigente oposicionista.

O político opositor liberal pertencia a um grupo de jovens reformistas que chegaram ao poder na Rússia depois da desintegração da União Soviética, e chegou a ser o número dois do governo em 1997, na época do presidente Boris Yeltsin.

O Comitê de Instrução da Rússia, que ofereceu uma recompensa de 3 milhões de rublos - cerca de 44.700 euros - por “informações valiosas” que tragam alguma luz sobre o caso, estuda várias hipóteses sobre os possíveis motivos do assassinato.

Os investigadores não descartam que o assassinato do líder opositor seja uma tentativa de desestabilização da situação na Rússia, ou mesmo um caso de vingança pessoal.

Nemtsov era um dos maiores críticos da ingerência da Rússia nos assuntos internos da Ucrânia, e havia denunciado que milhares de soldados russos combatiam nas fileiras dos separatistas pró-russos.

A oposição russa não tem dúvidas em considerar o caso como “assassinato político”, envolto na campanha lançada pelas autoridades contra os novos inimigos do povo russo: aqueles que se opõem à ingerência do Kremlin no conflito ucraniano.

“Nemtsov não matou a guerra. A principal versão é de que foi assassinado devido à sua postura antibelicista. Foi assassinado por aqueles que apoiam a política de agressão contra outros povos, incluindo a Ucrânia”, disse o líder do partido liberal Yábloko, Serguéi Mitrojin.

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Moscou - Muitas pessoas juntaram-se hoje (3), em Moscou, junto ao Centro Sakharov, onde teve início o funeral do opositor russo Boris Nemtsov, assassinado na última sexta-feira (27), próximo ao Kremlin.

Os restos mortais de Boris Nemtsov foram visitados no Centro Sakharov - um museu dedicado aos direitos humanos e ao acadêmico dissidente soviético Andreï Sakharov -, antes do enterro no cemitério de Troïekourovskoïe.

"É alguém de quem me sentia próxima. Queria dizer-lhe adeus. Era um homem de princípios, um homem carismático. Pouco me importa quem o matou, é uma perda irreparável", disse Maria Koniakova, psicóloga.

A mãe de Boris Nemtsov sentou-se junto ao caixão aberto, como manda a tradição ortodoxa. Anônimos e figuras públicas, como o antigo primeiro-ministro Mikhaïl Kassianov e o embaixador dos Estados Unidos John Tefft, aproximaram-se do corpo para deixar flores.

O funeral do opositor de Vladimir Putin ocorreu na presença de embaixadores de países europeus e outros responsáveis estrangeiros, entre os quais o chefe da diplomacia lituana, Linas Linkevicius; o presidente da Câmara de Riga, capital da Letônia, Nils Usakovs; e o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Polônia, Konrad Pawlik.

O vice-primeiro ministro russo, Arkadi Dvorkóvich, foi um dos primeiros a deslocar-se, às primeiras horas do dia, ao local para prestar condolências à família do dirigente oposicionista.

O político opositor liberal pertencia a um grupo de jovens reformistas que chegaram ao poder na Rússia depois da desintegração da União Soviética, e chegou a ser o número dois do governo em 1997, na época do presidente Boris Yeltsin.

O Comitê de Instrução da Rússia, que ofereceu uma recompensa de 3 milhões de rublos - cerca de 44.700 euros - por “informações valiosas” que tragam alguma luz sobre o caso, estuda várias hipóteses sobre os possíveis motivos do assassinato.

Os investigadores não descartam que o assassinato do líder opositor seja uma tentativa de desestabilização da situação na Rússia, ou mesmo um caso de vingança pessoal.

Nemtsov era um dos maiores críticos da ingerência da Rússia nos assuntos internos da Ucrânia, e havia denunciado que milhares de soldados russos combatiam nas fileiras dos separatistas pró-russos.

A oposição russa não tem dúvidas em considerar o caso como “assassinato político”, envolto na campanha lançada pelas autoridades contra os novos inimigos do povo russo: aqueles que se opõem à ingerência do Kremlin no conflito ucraniano.

“Nemtsov não matou a guerra. A principal versão é de que foi assassinado devido à sua postura antibelicista. Foi assassinado por aqueles que apoiam a política de agressão contra outros povos, incluindo a Ucrânia”, disse o líder do partido liberal Yábloko, Serguéi Mitrojin.

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