Opositores acusam Maduro de impedi-los de sair do país
Várias figuras da oposição publicaram um documento supostamente emitido por um tribunal ordenando oito pessoas a permanecerem na Venezuela
Reuters
Publicado em 21 de outubro de 2016 às 14h30.
Caracas - Líderes da oposição da Venezuela disseram nesta sexta-feira que foram proibidos de sair do país, o que aumentou a revolta causada pela suspensão da próxima etapa de um referendo revogatório do impopular presidente socialista, Nicolás Maduro .
Várias figuras da oposição publicaram um documento supostamente emitido por um tribunal da cidade de Valencia ordenando oito pessoas --incluindo o líder da coalizão opositora Jesús Torrealba e o duas vezes candidato presidencial Henrique Capriles-- a permanecerem na Venezuela.
"Eles estão perdendo seu tempo mais uma vez. Esperem para ouvir o que temos a dizer nas próximas horas", tuitou Capriles, que vem liderando a campanha que pede um plebiscito contra Maduro.
"É uma agressão gratuita", acrescentou Torrealba. "Somos a maioria, nas ruas e no Congresso."
Porta-vozes do judiciário e do governo não responderam de imediato a pedidos de comentário.
O suposto documento incluiu oito nomes e não apresentou motivos para a proibição, mas pode estar relacionado com alegações governamentais segundo as quais a oposição praticou fraudes em uma etapa inicial de coleta de assinaturas neste ano para dar início ao processo do referendo.
Esta foi a razão de a autoridade eleitoral da Venezuela ter suspendido a próxima fase, marcada para a semana que vem --a coleta de 4 milhões de assinatura para desencadear o plebiscito--, citando ordens judiciais.
Enfurecidos, apoiadores da oposição acusaram o governo de usar táticas ditatoriais.
A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) disse que em breve irá anunciar medidas para continuar pressionando pela saída de Maduro.