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Opositores a Maduro protestarão contra resultados eleitorais

Maduro, por sua vez, acusou a oposição planejar um golpe de estado. “Eu denuncio que estão preparando um plano para desconhecer a instituição democrática”

“Aqui não há uma maioria, aqui há duas metades”, disse Capriles em uma entrevista à noite, após confrontos entre oposicionistas e a polícia (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2013 às 21h39.

Caracas - Após a acirrada disputa e sem o reconhecimento do resultado pela oposição, Nicolás Maduro, foi proclamado presidente eleito pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) na tarde de hoje (15). Enquanto era proclamado, ele recebeu apoio de milhares de eleitores que se concentraram ao lado do CNE.

Mas com a estreita diferença de votos, houve protestos de eleitores oposicionistas que pediam a recontagem de votos. “Aqui não há uma maioria, aqui há duas metades”, disse Capriles em uma entrevista à noite, após confrontos entre oposicionistas e a polícia. Centenas de pessoas prometem fazer um “panelaço” em protestos respaldando ao opositor.

Maduro, por sua vez, acusou a oposição planejar um golpe de estado. “Eu denuncio que estão preparando um plano para desconhecer a instituição democrática”, disse. “Maioria é maioria e deve ser respeitada. Na democracia não se pode haver emboscadas e inventos contra a soberania popular”.

Na cerimônia de proclamação, Maduro recebeu o apoio massivo de ministros de seu governo, dos setores militares do país, da União das Nações Sulamericanas (Unasul) e do Mercosul. A missão da Unasul reconheceu o resultado do CNE, mas a Organização dos Estados Americanos (OEA) pediu a recontagem de votos. O CNE não se pronunciou sobre o pedido de verificação de votos feito pela oposição. Nas ruas a população refletia sobre a vitória apertada conquistada por Maduro.

O aposentado Venancio Echerry, 77 anos, disse à Agência Brasil que votou em Maduro, mas disse que o presidente cometeu erros. “A desvalorização do bolívar em relação ao dólar, feita por ele foi um golpe para a gente pobre, por isso a vantagem que ele tinha diminuiu tanto”, disse.

O presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, disse em entrevistas à imprensa em Caracas que o “chavismo deve aproveitar o momento para fazer uma autocrítica” e pensar sobre os motivos que levaram o governo a apresentar um resultado abaixo do esperado e do favoritismo apresentado nas pesquisas divulgadas antes das eleições.

Em entrevista à Agência Brasil, o cientista político Carlos Romero avaliou a situação vivida pelo país. Segundo ele, o momento é bastante delicado. “A oposição tem o direito de pedir recontagem de votos. Seria bom que isso acontecesse, já que temos um sistema eleitoral que é reconhecidamente seguro e que permite a verificação do voto”, disse.

Romero acredita que Maduro cometeu dois erros na campanha. O primeiro foi tentar “personificar Chávez” e o segundo, na visão de Romero, foi o tom do discurso de Maduro na campanha. “Até mesmo setores chavistas esperavam de Maduro uma postura mais flexível e não um discurso polarizado. Precisamos levar consenso à sociedade e não mais divisão”.

A cerimonia de juramentação de Maduro deve ser na data prevista inicialmente, na próxima sexta-feira (19).

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Caracas - Após a acirrada disputa e sem o reconhecimento do resultado pela oposição, Nicolás Maduro, foi proclamado presidente eleito pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) na tarde de hoje (15). Enquanto era proclamado, ele recebeu apoio de milhares de eleitores que se concentraram ao lado do CNE.

Mas com a estreita diferença de votos, houve protestos de eleitores oposicionistas que pediam a recontagem de votos. “Aqui não há uma maioria, aqui há duas metades”, disse Capriles em uma entrevista à noite, após confrontos entre oposicionistas e a polícia. Centenas de pessoas prometem fazer um “panelaço” em protestos respaldando ao opositor.

Maduro, por sua vez, acusou a oposição planejar um golpe de estado. “Eu denuncio que estão preparando um plano para desconhecer a instituição democrática”, disse. “Maioria é maioria e deve ser respeitada. Na democracia não se pode haver emboscadas e inventos contra a soberania popular”.

Na cerimônia de proclamação, Maduro recebeu o apoio massivo de ministros de seu governo, dos setores militares do país, da União das Nações Sulamericanas (Unasul) e do Mercosul. A missão da Unasul reconheceu o resultado do CNE, mas a Organização dos Estados Americanos (OEA) pediu a recontagem de votos. O CNE não se pronunciou sobre o pedido de verificação de votos feito pela oposição. Nas ruas a população refletia sobre a vitória apertada conquistada por Maduro.

O aposentado Venancio Echerry, 77 anos, disse à Agência Brasil que votou em Maduro, mas disse que o presidente cometeu erros. “A desvalorização do bolívar em relação ao dólar, feita por ele foi um golpe para a gente pobre, por isso a vantagem que ele tinha diminuiu tanto”, disse.

O presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, disse em entrevistas à imprensa em Caracas que o “chavismo deve aproveitar o momento para fazer uma autocrítica” e pensar sobre os motivos que levaram o governo a apresentar um resultado abaixo do esperado e do favoritismo apresentado nas pesquisas divulgadas antes das eleições.

Em entrevista à Agência Brasil, o cientista político Carlos Romero avaliou a situação vivida pelo país. Segundo ele, o momento é bastante delicado. “A oposição tem o direito de pedir recontagem de votos. Seria bom que isso acontecesse, já que temos um sistema eleitoral que é reconhecidamente seguro e que permite a verificação do voto”, disse.

Romero acredita que Maduro cometeu dois erros na campanha. O primeiro foi tentar “personificar Chávez” e o segundo, na visão de Romero, foi o tom do discurso de Maduro na campanha. “Até mesmo setores chavistas esperavam de Maduro uma postura mais flexível e não um discurso polarizado. Precisamos levar consenso à sociedade e não mais divisão”.

A cerimonia de juramentação de Maduro deve ser na data prevista inicialmente, na próxima sexta-feira (19).

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