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Oposição venezuelana ameaça abandonar diálogo com governo

A aliança deu prazo ao governo até o dia da reunião para decidir sua permanência na mesa de negociações, instalada em 30 de outubro

Venezuela: "Só quando o governo dê demonstrações claras de cumprimento dos compromissos (...) Retomaremos plenamente nossa participação" (Carlos Garcia Rawlins / Reuters/Reuters)

Venezuela: "Só quando o governo dê demonstrações claras de cumprimento dos compromissos (...) Retomaremos plenamente nossa participação" (Carlos Garcia Rawlins / Reuters/Reuters)

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AFP

Publicado em 30 de novembro de 2016 às 21h27.

A oposição venezuelana ameaçou abandonar o diálogo com o governo para resolver a crise política, se as autoridades não cumprirem com o pactuado no mais tardar na próxima terça-feira, quando será celebrada a terceira rodada de conversações.

"Se o regime não cumprir, a MUD não assistirá ao diálogo" em 6 de dezembro, advertiu nesta quarta-feira a coalizão Mesa da Unidade Democrática em um comunicado.

A aliança deu prazo ao governo até o dia da reunião para decidir sua permanência na mesa de negociações, instalada em 30 de outubro com os auspícios do Vaticano e da União de Nações Sul-americanas (Unasul).

"Só quando o governo dê demonstrações claras de cumprimento dos compromissos (...) Retomaremos plenamente nossa participação", acrescentou.

A MUD exige o cumprimento de uma série de acordos, que em seu julgamento deveriam abrir o caminho para uma saída eleitoral para a crise política e econômica.

Estes compromissos são a nomeação de dois novos reitores do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) no mais tardar no domingo e a suspensão da medida de desacato imposta ao Parlamento de maioria opositora por parte do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ).

A oposição acusa estas instituições de estar sob controle do governo de Nicolás Maduro.

A MUD também exige fixar uma data para a eleição de quatro deputados do estado do Amazonas (sul), libertar os "presos políticos" e abrir um canal humanitário para doações de alimentos e remédios.

Estes parlamentares - três deles da oposição - foram eleitos em dezembro de 2015, mas o chavismo impugnou os resultados por suposta fraude.

Após ser empossados, o TSJ declarou em desacato a Assembleia, que em 15 de novembro recebeu seu pedido de exclusão como parte dos acordos do diálogo.

Antes do comunicado, o delegado da MUD nas negociações, Carlos Ocariz, assegurou que a aliança cumpriu com tudo o que foi pactuado na reunião passada de 11 de novembro.

Ele fez alusão à suspensão de uma marcha rumo ao Palácio presidencial de Miraflores e de um julgamento para estabelecer a responsabilidade de Maduro na crise.

A MUD aspira a que na mesa de diálogo possa ser reativado o processo para um referendo revogatório do mandato de Maduro (suspenso em 20 de outubro pelo CNE) ou acordar a antecipação das eleições presidenciais, previstas para dezembro de 2018.

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