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Oposição síria nomeia líder rebelde como chefe negociador

Apoiado pela Arábia Saudita, o grupo Jaich al-Islam é um movimento de inspiração salafista e hostil ao Estado Islâmico


	Bandeira da oposição: o líder opositor voltou a exigir o fim dos bombardeios do regime contra áreas povoadas
 (Ahmed Jadallah/Reuters)

Bandeira da oposição: o líder opositor voltou a exigir o fim dos bombardeios do regime contra áreas povoadas (Ahmed Jadallah/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2016 às 13h41.

A mais importante coalizão de oposição síria nomeou nesta quarta-feira um líder rebelde islamita apoiado por Riad como negociador-chefe para as negociações com o regime, que devem começar em 25 de janeiro, em Genebra.

Esta coalizão formada pelos principais grupos da oposição política e armada, exigiu que sua delegação fosse a única interlocutora frente ao regime, bem como o fim dos bombardeios e o cerco de áreas povoadas na Síria, país devastado por quase cinco anos de guerra.

Em uma coletiva de imprensa em Riad, o coordenador geral da oposição, Riad Hijab, anunciou que Mohamed Alluche, membro do braço político do Jaich al-Islam, grupo armado pró-saudita, seria o principal negociador.

O opositor Assaad al-Zoabi presidira a delegação e George Sabra, chefe do Conselho Nacional Sírio, será seu vice-presidente, acrescentou Hijab, sem especificar o número e a identidade dos outros membros da delegação.

Apoiado pela Arábia Saudita, Jaich al-Islam é um movimento de inspiração salafista e hostil ao grupo Estado Islâmico (EI).

Ele controla a maior parte dos subúrbios leste de Damasco, regularmente bombardeados pelo regime e a aviação russa.

Hijab salientou que a delegação da coalizão era a única capaz de representar a oposição nas conversações de Genebra, a ser realizada sob os auspícios da ONU.

"Nós não vamos ir às negociações se uma terceira parte ou outra personalidade for adicionada", acrescentou Hijab, referindo-se à Rússia, aliada de Bashar al-Assad, que expressou sua intenção de juntar às negociações grupos próximos ao poder.

Ele voltou a exigir o fim dos bombardeios do regime contra áreas povoadas, além do levantamento do cerco a todas as cidades e regiões e a libertação de prisioneiros, em conformidade com a resolução 2254 do Conselho de Segurança da ONU.

Também exigiu a saída de Assad com o início de um possível período de transição.

"A comunidade internacional tem a obrigação de implementar esta resolução", disse.

"Nós não podemos negociar, enquanto o nosso povo está morrendo de fome e está sob o bombardeio" do regime e de seus aliados, em uma aparente referência à Rússia.

Ele reiterou que as negociações devem conduzir à criação de uma autoridade de transição, "na qual Bashar al-Assad (...) não terá nenhum papel".

Em 10 de dezembro, em Riad, centenas de representantes dos principais grupos da oposição política e armada haviam anunciado um acordo para as negociações com o regime, mas exigiram a saída de Assad com o início de um período de transição.

Em 18 de dezembro, o Conselho de Segurança adotou uma resolução que estabelece um roteiro para uma solução política: as negociações e um cessar-fogo, um governo de transição no prazo de seis meses e eleições dentro de 18 meses.

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