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Oposição não reconhece resultados eleitorais na Guiné-Bissau

Candidato independente da Guiné-Bissau se negou a reconhecer os resultados eleitorais e ameaçou apelar à Corte Suprema de Justiça


	Guiné: resultados não correspondem à realidade, segundo candidato independente
 (Wikimedia Commons/ Soman)

Guiné: resultados não correspondem à realidade, segundo candidato independente (Wikimedia Commons/ Soman)

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Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2014 às 09h44.

Bissau - O candidato independente da Guiné-Bissau Nuno Gomes Nabiam se negou nesta quarta-feira a reconhecer os resultados eleitorais que deram a vitória ao candidato do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), José Mario Vaz, e ameaçou apelar à Corte Suprema de Justiça.

"Os resultados anunciados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) são falsos e não correspondem à realidade", afirmou Nabiam.

Segundo informou ontem a CNE, Vaz ganhou com 61,9% dos votos o segundo turno das eleições presidenciais realizadas no domingo passado, enquanto Nabiam ficou com 38,1% dos sufrágios.

Nabiam rejeitou estes resultados porque, segundo sua opinião, houve "uma grave fraude" eleitoral em algumas partes do país, e ameaçou levar o caso à justiça.

No entanto, os observadores internacionais da União Africana e da União Europeia que supervisionaram as eleições, consideraram que estas foram "livres, justas e transparentes".

Vaz, que não se referiu explicitamente a estas acusações, apelou à "a reconciliação e ao trabalho" após sua vitória.

"Comprometo-me a construir uma nova Guiné-Bissau e uma nova esperança a partir de hoje", asseverou o ex-ministro das Finanças no governo deposto pelo golpe de Estado do dia 12 de abril de 2012.

Independente de Portugal desde 1974, Guiné-Bissau sofreu assassinatos de governantes e golpes de estado, com uma única etapa de "paz política" governada durante 23 anos por João Bernardo "Nino" Vieira, que foi derrubado em 1999.

Em 2012, um novo golpe tirou do poder o ex-presidente Raimundo Pereira e o antigo primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, que de seu exílio em Portugal alertou da intenção do governo provisório de "instaurar uma ditadura militar".

Este último levante foi castigado por parceiros e países doadores, que suspenderam suas ajudas ao desenvolvimento e arrastaram este pequeno país de África Ocidental, afligido pelo narcotráfico e pela corrupção, a uma profunda crise política e econômica.

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