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Oposição japonesa apresenta moção de censura contra governo de Naoto Kan

Se a moção imposta pelo Partido Liberal-Democrata prosperar, o premiê japonês pode ser obrigado a renunciar

Partido de oposição criticou a "falta de credibilidade de Kan diante do povo japonês" depois do terremoto que assolou o país em março (Koichi Kamoshida/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2011 às 08h31.

Tóquio - Os principais partidos opositores do Japão apresentaram nesta quarta-feira na Câmara Baixa uma moção de censura contra o Governo de Naoto Kan por sua gestão da crise na usina nuclear de Fukushima.

A moção, que pela previsão deverá ser votada na quinta-feira, foi imposta pelo Partido Liberal-Democrata (PLD), que governou de forma praticamente ininterrupta durante 54 anos, até 2009, e que criticou a "falta de credibilidade de Kan diante do povo japonês".

Podem dar apoio à iniciativa também alguns parlamentares do governista Partido Democrático (PD), e não está descartada que a moção prospere o que obrigaria o primeiro-ministro a renunciar com seu Gabinete e inclusive dissolver o Parlamento japonês (Dieta).

Além do PLD, já anunciaram respaldo à moção o partido Novo Komeito, o segundo maior na oposição, e o minoritário Sunrise Party.

Nas fileiras do governante PD, o influente Ichiro Ozawa, ex-secretário-geral da formação, já afirmou que ele mesmo também dará apoio.

O líder do PLD, Sadakazu Tanigaki, afirmou nesta quarta-feira que ao primeiro-ministro falta credibilidade "em um momento em que devia demonstrar sua liderança à população" e insistiu em que o Japão nunca alcançará avançar na reconstrução se Kan permanece à frente do Governo.

A moção que poderia custar o posto a Naoto Kan ocorre enquanto o Governo trata de controlar a situação na maltratada usina nuclear de Fukushima, seriamente danificada pelo terremoto e o tsunami de 11 de março.

Apesar das críticas por sua gestão, o primeiro-ministro ignorou até o momento as vozes que pediam sua renúncia, embora corra o risco de ser obrigado a deixar seu posto se na votação de amanhã a oposição conseguir o apoio da maioria das 480 cadeiras da Câmara Baixa.

Para isso deveriam votar contra Kan ao menos 80 membros de seu próprio partido, algo que pode ocorrer se os seguidores de Ozawa (cerca de 40) se somam aos do ex-primeiro-ministro Yukio Hatoyama e vários indecisos.

Nesta quarta-feira, durante seu primeiro debate com Tanigaki após a catástrofe de 11 de março, Naoto Kan disse que não é o momento de uma luta de poder e chamou à cooperação entre os partidos.

O líder opositor, no entanto, respondeu que se Kan deixa o Executivo, haveria "muitas maneiras de os partidos do Governo e da oposição unirem as forças para criar um novo Japão".

Naoto Kan chegou ao poder em junho do ano passado após a renúncia de Yukio Hatoyama, vencedor das eleições de agosto de 2009 que acabaram com o Governo do PLD no Japão, um país que desde 2006 teve cinco primeiros-ministros.

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Tóquio - Os principais partidos opositores do Japão apresentaram nesta quarta-feira na Câmara Baixa uma moção de censura contra o Governo de Naoto Kan por sua gestão da crise na usina nuclear de Fukushima.

A moção, que pela previsão deverá ser votada na quinta-feira, foi imposta pelo Partido Liberal-Democrata (PLD), que governou de forma praticamente ininterrupta durante 54 anos, até 2009, e que criticou a "falta de credibilidade de Kan diante do povo japonês".

Podem dar apoio à iniciativa também alguns parlamentares do governista Partido Democrático (PD), e não está descartada que a moção prospere o que obrigaria o primeiro-ministro a renunciar com seu Gabinete e inclusive dissolver o Parlamento japonês (Dieta).

Além do PLD, já anunciaram respaldo à moção o partido Novo Komeito, o segundo maior na oposição, e o minoritário Sunrise Party.

Nas fileiras do governante PD, o influente Ichiro Ozawa, ex-secretário-geral da formação, já afirmou que ele mesmo também dará apoio.

O líder do PLD, Sadakazu Tanigaki, afirmou nesta quarta-feira que ao primeiro-ministro falta credibilidade "em um momento em que devia demonstrar sua liderança à população" e insistiu em que o Japão nunca alcançará avançar na reconstrução se Kan permanece à frente do Governo.

A moção que poderia custar o posto a Naoto Kan ocorre enquanto o Governo trata de controlar a situação na maltratada usina nuclear de Fukushima, seriamente danificada pelo terremoto e o tsunami de 11 de março.

Apesar das críticas por sua gestão, o primeiro-ministro ignorou até o momento as vozes que pediam sua renúncia, embora corra o risco de ser obrigado a deixar seu posto se na votação de amanhã a oposição conseguir o apoio da maioria das 480 cadeiras da Câmara Baixa.

Para isso deveriam votar contra Kan ao menos 80 membros de seu próprio partido, algo que pode ocorrer se os seguidores de Ozawa (cerca de 40) se somam aos do ex-primeiro-ministro Yukio Hatoyama e vários indecisos.

Nesta quarta-feira, durante seu primeiro debate com Tanigaki após a catástrofe de 11 de março, Naoto Kan disse que não é o momento de uma luta de poder e chamou à cooperação entre os partidos.

O líder opositor, no entanto, respondeu que se Kan deixa o Executivo, haveria "muitas maneiras de os partidos do Governo e da oposição unirem as forças para criar um novo Japão".

Naoto Kan chegou ao poder em junho do ano passado após a renúncia de Yukio Hatoyama, vencedor das eleições de agosto de 2009 que acabaram com o Governo do PLD no Japão, um país que desde 2006 teve cinco primeiros-ministros.

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