Uma delegação da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) chegará ao país amanhã para avaliar a situação da economia (Eric Chan/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 11 de abril de 2011 às 12h32.
Lisboa - O líder do principal partido de oposição de Portugal e candidato ao cargo de primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje que o próximo governo deveria ter a possibilidade de negociar parte das medidas de austeridade necessárias para os próximos anos. Uma delegação da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) chegará ao país amanhã para avaliar a situação da economia.
"É importante que, ao mesmo tempo que garantimos que as medidas necessárias sejam tomadas em 2011, seja possível deixar parte delas para o futuro governo negociar. Assim, isso refletiria a estratégia que os portugueses escolherão nas eleições", disse Passos Coelho, em conferência do Partido Social Democrata.
Os políticos portugueses precisam satisfazer as autoridades europeias para obterem um pacote de resgate estimado em 80 bilhões de euros, mas os partidos estão tentando ter certeza de que os eleitores portugueses verão diferenças entre os planos que estão sendo elaborados. Os comentários de Passos Coelho ficaram em linha com declarações feitas no fim de semana pelo presidente do país, Aníbal Cavaco Silva, de que Portugal deveria poder oferecer um plano interino de ação para as autoridades europeias antes de o novo governo ser eleito.
As novas eleições foram marcadas para 5 de junho, depois que semanas tumultuadas resultaram na renúncia do primeiro-ministro, José Sócrates. A crise de Portugal atingiu o pico na semana passada, quando o governo pediu ajuda financeira internacional. As negociações oficiais sobre o pacote de resgate começarão em 18 de abril e devem terminar em meados de maio.
No fim de semana, Sócrates afirmou que o governo interino de Portugal vai garantir que todos os partidos de oposição do país e que o presidente sejam informados sobre as discussões com a União Europeia, ao mesmo tempo em que assume a responsabilidade pelas negociações. "O governo vai assumir a responsabilidade de liderar as negociações com instituições europeias sobre um programa de assistência financeira, para que o país não corra nenhum risco em termos de financiamento estatal, sistema bancário e economia", completou. As informações são da Dow Jones.