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Oposição diz ter melhores condições de vencer na Venezuela

"Se a oposição fizer bem seu trabalho, com candidatos na rua que falem ao povo sobre seus problemas, tem tudo para ganhar", disse o líder da oposição Henrique Capriles

Capriles: "se a oposição fizer bem seu trabalho, com candidatos na rua que falem ao povo sobre seus problemas, tem tudo para ganhar", disse (AFP / Leo Ramirez)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2015 às 11h59.

Caracas - O líder opositor venezuelano Henrique Capriles considera que a oposição está em melhores condições do que nunca para derrotar o chavismo nas eleições parlamentares, que ele acredita que serão convocadas para 27 de setembro, no momento "menos ruim" para o governo.

Em entrevista à Agência Efe, Capriles destacou que se a oposição "fizer bem seu trabalho, com candidatos na rua que falem ao povo sobre seus problemas, tem tudo para ganhar" um pleito para o qual, segundo ele, pesquisas lhe dão uma vantagem de 20 pontos sobre o Governo.

"É preciso acompanhar nosso povo mais pobre todos os dias em suas reivindicações, por aí passa a mudança na Venezuela. É preciso um novo pacto com os pobres, um novo acordo social para os próximos anos", afirmou Capriles, ciente de que para ganhar as eleições no país, é necessário contar com os setores populares.

O dirigente opositor, que perdeu para Nicolás Maduro a eleição presidencial de 2013 por uma pequena margem de 1,49% dos votos, estima que para "evitar qualquer tipo de fraude", é preciso "uma participação e votação em massa, e uma vantagem contundente".

"Se você ganha a eleição por um voto, vão tirar sua vitória", disse.

O também governador do estado de Miranda declarou que não se preocupa que o preso Leopoldo López, que completa quatro semanas em greve de fome, tire seu protagonismo como líder opositor.

"Nunca o vi como concorrente", frisou.

Contudo, ele pediu a López que ponha fim ao jejum, com o qual este reivindica a liberdade dos opositores presos e a marcação de uma data para as eleições, "porque o governo é capaz de deixá-lo morrer".

"Não sou eu quem pode julgar uma decisão pessoal como essa, mas me uno à voz de muitos outros que pediram que se suspenda essa greve de fome, precisamos deles vivos, fortes", ressaltou.

Capriles diz ter informações de dentro do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que aponta que as eleições serão na última semana de setembro, três meses depois que o governante Partido Socialista Unificado da Venezuela (PSUV) realizar suas primárias.

Segundo sua opinião, o governo considera que é "mais custoso não fazer as eleições do que perdê-las" por isso "aproveitará o momento menos ruim, gerando a sensação de que diminuirá a escassez de produtos" antes da tradicionalmente alta inflação dos meses de novembro e dezembro.

Capriles acredita que a mudança na Venezuela passa pela "construção de uma maioria multiclassista que incorpore principalmente os bairros, as zonas pobres" e não por "uma explosão social que afetaria todos e pode deixar o país em uma situação muito pior do que a atual".

Ele reiterou suas críticas a protestos como os do começo de 2014, promovidas pela iniciativa denominada "A Saída", que impulsionaram López e outros opositores como Antonio Ledezma e María Corina Machado e que tiveram saldo de 43 mortes.

"A rua não é um fim, é um meio", disse Capriles, lembrando que, após as eleições de 2013, ele desconvocou uma mobilização em frente ao CNE "porque parecia que o governo iria preparar um cenário de violência".

"Isso é parte da responsabilidade da liderança, antecipar fatos que depois podem ser muito custosos", disse.

Capriles considera que a pouca afluência nos últimos meses às manifestações opositoras se deve a "um curto-circuito entre a convocação e a agenda do venezuelano", mais preocupado em "sobreviver à insegurança e à crise econômica".

Em relação às candidaturas da Mesa pela Unidade Democrática (MUD) para as eleições parlamentares, cuja composição definitiva ainda não foi anunciada, ele afirmou que nas eleições primárias parciais da coalizão, realizadas em maio, a relação foi de 3 para 1 em relação aos que não apoiavam os métodos de "A Saída" e os que sim.

"É evidente qual é a posição majoritária na oposição, classificada de ser de direita. Eu não sou de direita para nada, justamente o contrário, o coração da Venezuela está do centro para a esquerda, isso foi historicamente assim", indicou.

Capriles acredita que "a maioria da oposição também não é de direita", mas acrescenta que "haverá setores que têm que assumir sua bandeira e não se ofender".

Além disso, ele se mostrou convicto de que "não há possibilidades de que a direita governe o país".

"Aqui o que há é um confronto entre os venezuelanos e a cúpula do governo. Os chavistas neste momento estão só, também precisam de uma liderança que lhes fale", afirmou. EFE

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Caracas - O líder opositor venezuelano Henrique Capriles considera que a oposição está em melhores condições do que nunca para derrotar o chavismo nas eleições parlamentares, que ele acredita que serão convocadas para 27 de setembro, no momento "menos ruim" para o governo.

Em entrevista à Agência Efe, Capriles destacou que se a oposição "fizer bem seu trabalho, com candidatos na rua que falem ao povo sobre seus problemas, tem tudo para ganhar" um pleito para o qual, segundo ele, pesquisas lhe dão uma vantagem de 20 pontos sobre o Governo.

"É preciso acompanhar nosso povo mais pobre todos os dias em suas reivindicações, por aí passa a mudança na Venezuela. É preciso um novo pacto com os pobres, um novo acordo social para os próximos anos", afirmou Capriles, ciente de que para ganhar as eleições no país, é necessário contar com os setores populares.

O dirigente opositor, que perdeu para Nicolás Maduro a eleição presidencial de 2013 por uma pequena margem de 1,49% dos votos, estima que para "evitar qualquer tipo de fraude", é preciso "uma participação e votação em massa, e uma vantagem contundente".

"Se você ganha a eleição por um voto, vão tirar sua vitória", disse.

O também governador do estado de Miranda declarou que não se preocupa que o preso Leopoldo López, que completa quatro semanas em greve de fome, tire seu protagonismo como líder opositor.

"Nunca o vi como concorrente", frisou.

Contudo, ele pediu a López que ponha fim ao jejum, com o qual este reivindica a liberdade dos opositores presos e a marcação de uma data para as eleições, "porque o governo é capaz de deixá-lo morrer".

"Não sou eu quem pode julgar uma decisão pessoal como essa, mas me uno à voz de muitos outros que pediram que se suspenda essa greve de fome, precisamos deles vivos, fortes", ressaltou.

Capriles diz ter informações de dentro do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que aponta que as eleições serão na última semana de setembro, três meses depois que o governante Partido Socialista Unificado da Venezuela (PSUV) realizar suas primárias.

Segundo sua opinião, o governo considera que é "mais custoso não fazer as eleições do que perdê-las" por isso "aproveitará o momento menos ruim, gerando a sensação de que diminuirá a escassez de produtos" antes da tradicionalmente alta inflação dos meses de novembro e dezembro.

Capriles acredita que a mudança na Venezuela passa pela "construção de uma maioria multiclassista que incorpore principalmente os bairros, as zonas pobres" e não por "uma explosão social que afetaria todos e pode deixar o país em uma situação muito pior do que a atual".

Ele reiterou suas críticas a protestos como os do começo de 2014, promovidas pela iniciativa denominada "A Saída", que impulsionaram López e outros opositores como Antonio Ledezma e María Corina Machado e que tiveram saldo de 43 mortes.

"A rua não é um fim, é um meio", disse Capriles, lembrando que, após as eleições de 2013, ele desconvocou uma mobilização em frente ao CNE "porque parecia que o governo iria preparar um cenário de violência".

"Isso é parte da responsabilidade da liderança, antecipar fatos que depois podem ser muito custosos", disse.

Capriles considera que a pouca afluência nos últimos meses às manifestações opositoras se deve a "um curto-circuito entre a convocação e a agenda do venezuelano", mais preocupado em "sobreviver à insegurança e à crise econômica".

Em relação às candidaturas da Mesa pela Unidade Democrática (MUD) para as eleições parlamentares, cuja composição definitiva ainda não foi anunciada, ele afirmou que nas eleições primárias parciais da coalizão, realizadas em maio, a relação foi de 3 para 1 em relação aos que não apoiavam os métodos de "A Saída" e os que sim.

"É evidente qual é a posição majoritária na oposição, classificada de ser de direita. Eu não sou de direita para nada, justamente o contrário, o coração da Venezuela está do centro para a esquerda, isso foi historicamente assim", indicou.

Capriles acredita que "a maioria da oposição também não é de direita", mas acrescenta que "haverá setores que têm que assumir sua bandeira e não se ofender".

Além disso, ele se mostrou convicto de que "não há possibilidades de que a direita governe o país".

"Aqui o que há é um confronto entre os venezuelanos e a cúpula do governo. Os chavistas neste momento estão só, também precisam de uma liderança que lhes fale", afirmou. EFE

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