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Oposição da Venezuela se recusa a empossar governadores

O partido do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ficou com 18 dos 23 governos estaduais na votação de domingo (15)

Venezuela: os opositores não conseguiram apresentar provas de fraudes nas urnas (Carlos Garcia Rawlins/Reuters/Reuters)

Venezuela: os opositores não conseguiram apresentar provas de fraudes nas urnas (Carlos Garcia Rawlins/Reuters/Reuters)

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Reuters

Publicado em 18 de outubro de 2017 às 16h01.

Caracas/Puerto Ordaz - A oposição da Venezuela se recusou a empossar seus governadores recém-eleitos nesta quarta-feira diante da Assembleia Constituinte pró-governo, que considera inconstitucional, e um pequeno protesto irrompeu em Bolívar, Estado do sul do país, em reação às supostas fraudes eleitorais.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) pró-Caracas anunciou no meio da noite que os socialistas conquistaram Bolívar, o que significa que o partido do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ficou com 18 dos 23 governos estaduais na votação de domingo.

As pesquisas de opinião haviam mostrado a oposição muito à frente, e políticos anti-Maduro alegaram uma série de truques sujos, como transferir zonas eleitorais a áreas perigosas na última hora e um abuso grosseiro de recursos estatais.

Mas os opositores não conseguiram apresentar provas de fraudes nas urnas, e alguns de seus candidatos admitiram terem perdido devido à alta abstenção entre suas fileiras desmoralizadas.

Ainda assim, a coalizão opositora díspar disse que seus cinco candidatos vencedores não serão empossados pela polêmica Constituinte.

"Os governadores eleitos só serão empossados tal como estabelecido na Constituição e nas leis da República", disse a coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD) em um comunicado nesta quarta-feira.

Maduro já disse que os governadores não empossados pela Constituinte não poderão assumir seus cargos no país assolado pela carência generalizada de alimentos e remédios, uma moeda em colapso e uma inflação em disparada.

Ele descreveu o sistema eleitoral da Venezuela como o mais seguro do mundo e criticou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e outros líderes estrangeiros que questionaram a veracidade da votação.

Bolívar se tornou um palco de conflitos depois que o CNE mostrou a oposição vencendo em seu site durante um período curto na noite de domingo e depois proclamou o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) como vencedor nas primeira horas desta quarta-feira.

O candidato opositor Andrés Velásquez acusou o CNE de invalidar algumas cédulas a seu favor.

Grupos de apoiadores de Velásquez protestaram diante dos escritórios do CNE na capital estadual Ciudad Bolívar, e houve confrontos na segunda e na terça-feira. Cerca de 50 pessoas protestaram nesta quarta-feira, embora a manifestação tenha durado pouco.

Alguns líderes da oposição permanentemente dividida denunciaram fraudes e outros admitiram a derrota, muitas vezes em declarações descoordenadas à imprensa.

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