May: a principal preocupação da primeira-ministra deveria ser, certamente, apresentar um plano sério e não há um plano para o 'Brexit'", criticou o líder (Pool/Getty Images)
EFE
Publicado em 16 de novembro de 2016 às 13h25.
Londres - O líder da oposição no Reino Unido, Jeremy Corbyn, criticou nesta quarta-feira a primeira-ministra, Theresa May, por não ter um plano concreto sobre o "Brexit" e não explicar qual é a estratégia para a saída da União Europeia (UE).
Em um acalorado debate na sessão de perguntas à primeira-ministra na Câmara dos Comuns, o líder trabalhista citou um documento vazado ontem na imprensa que revelava a complexidade apresentada pelo "Brexit" e que indicava que não há um plano sobre a saída do bloco europeu, algo que o governo tem negado nos últimos meses.
May respondeu que conta com um programa consistente em conseguir o melhor acordo comercial possível para o país e o controle da imigração, além de ter se mostrado comprometida com o "Brexit".
Corbyn pediu a May que revelasse a quantidade de funcionários que serão necessários para iniciar o processo de saída da UE ao fazer referência a uma observação do ministro de Relações Exteriores, Boris Johnson, de que o Reino Unido fará com que o "Brexit" seja um "sucesso titânico", em clara referência à complexidade de missão.
"Essas são as negociações mais complexas que esse país irá realizar. O conjunto de funcionários (públicos) foi reduzido ao nível mais baixo desde a Segunda Guerra Mundial pelos cortes no setor público.
A principal preocupação da primeira-ministra deveria ser, certamente, apresentar um plano sério e não há um plano para o 'Brexit'", criticou o líder do Partido Trabalhista.
"Temos uma primeira-ministra que não está preparada para responder às perguntas sobre qual é a estratégia do 'Brexit'", completou Corbyn na sessão da Câmara dos Comuns.
Em resposta, May disse que está realizando os "preparativos necessários" para o início das "complexas negociações formais com a UE". "Estamos fazendo o trabalho. O senhor não está apto para ele", rebateu a primeira-ministra.
A sessão parlamentar de hoje esteve focada no "Brexit" depois de o jornal "The Times" ter publicado ontem um documento de um consultor externo que revelava as divisões no governo sobre o assunto e a necessidade de contratar 30 mil funcionários adicionais para trabalhar na saída do país da UE.
O relatório, intitulado "Atualização do Brexit", também afirmava que o governo trabalha em mais de 500 projetos relacionados com o processo.
May confirmou que ativará o artigo 50 do Tratado de Lisboa, que estabelece um período de negociação de dois anos sobre os termos da saída de um país do bloco, antes do fim de março de 2017.
O documento vazado afirma que o Reino Unido precisaria de mais seis meses para definir suas prioridades e determinar qual será sua estratégia de negociação.
Além disso, revelou que apesar dos debates entre os ministros, ainda não há uma tática comum.