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Operação inédita tentará trazer Costa Concórdia à tona

Resgate do navio teria custado cerca de 600 milhões de euros


	O navio Costa Concordia: megaoperação custou 600 milhões de euros
 (Vincenzo Pinto/AFP)

O navio Costa Concordia: megaoperação custou 600 milhões de euros (Vincenzo Pinto/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2013 às 16h00.

Roma - Uma operação sem precedentes tentará trazer à tona, a partir desta segunda-feira, o cruzeiro Costa Concordia, cujo naufrágio, ocorrido há quase dois anos em frente à ilha de Giglio, na Itália, causou a morte de 32 pessoas.

A expectativa por este espetacular resgate, que custou 600 milhões de euros à empresa Costa Cruzeiros, atraiu centenas de curiosos e jornalistas de todo o mundo para acompanhar o chamado 'parbuckling', termo técnico da operação que tentará fazer o navio girar 65 graus para voltar a ficar em sua posição normal.

Apesar dos moradores da ilha de Giglio terem se acostumado com a presença do cruzeiro de 44,6 mil toneladas, 290 metros de comprimento e cerca de 70 metros de altura tombado em frente a uma de suas praias, eles não veem a hora deste símbolo da tragédia ser retirado do local.

Por conta deste fato, o comissário extraordinário do caso e chefe da defesa civil italiana, Franco Gabrielli, explicou que os moradores da ilha 'não se sentirão hóspedes' e poderão acompanhar a operação de rotação do cruzeiro na primeira fila.

'No entanto, não queremos que (a operação) se transforme em um espetáculo. Ainda estamos em busca de dois corpos que têm que ser entregues aos seus entes queridos', advertiu Gabrielli ao lembrar que os restos mortais da passageira Maria Grazia Trecarichi e do tripulante Russel Rebelli podem ser resgatados com a 'reflutuação' do navio.

A operação de verticalização será iniciada às 6h locais de segunda-feira (1h de Brasília) e deverá se estender ao longo de todo o dia. Porém, às 14h locais (9h de Brasília), os responsáveis pela operação vão decidir se continuarão ou não com o trabalho.

Independente do sucesso da operação, o cruzeiro será removido da ilha de Giglio somente no primeiro semestre do próximo ano, quando começará sua viagem final até o próximo porto de Piombino, onde será desmontado.

Todos os detalhes desta complexa operação, que será realizada pelas companhias Titan Salvage (dos EUA) e Micoperi (da Itália), estão disponíveis no site criado especialmente para ocasião (www.theparbucklingproject.com).


Essa é a primeira vez que os engenheiros realizam um desafio desta magnitude, que, além de contar com vários e delicados procedimentos, pode se estender por vários dias de acordo com as condições meteorológicas.

Após a finalização da fase de estabilização do navio, realizada em novembro de 2012, uma estrutura sólida, como um falso fundo formado por plataformas, foi construída para amparar o cruzeiro após sua fase de verticalização e, com isso, evitar um novo naufrágio.

Nesta operação de 'parbuckling', os cabos de aço unidos à parte superior das plataformas submarinas serão puxados para cima, enquanto outros cabos, conectados às 13 torres construídas a estibordo, serão utilizados para equilibrar o navio.

De acordo com as companhias responsáveis pela operação, essa é uma etapa muito delicada, na qual as forças têm que estar plenamente equilibradas para evitar um possível rompimento do casco.

A partir do momento em que o cruzeiro estiver em posição vertical, a operação entrará em uma fase mais adiantada, na qual 15 novas bóias estabilizadoras, iguais às que foram instaladas na parte esquerda do casco após a gradual retirada da água de seu interior, darão estabilidade suficiente para reflutuar o navio.

Embora tudo tenha sido preparado cautelosamente para não ocorrer erros, algumas dúvidas em relação ao possível impacto ambiental desta operação preocupam os moradores, tendo em vista que todos os resíduos e líquidos acumulados no interior do navio podem acabar no mar.

Apesar de o combustível ter sido totalmente extraído, o interior do Costa Concordia ainda abriga toneladas de substâncias poluentes, como águas residuais, inseticidas, óleos e esmaltes líquidos, além de uma tonelada de hipoclorito de sódio, ou seja, mil litros de água sanitária.

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