ONU pede US$ 405 milhões para ajuda ao Afeganistão
A ONU advertiu que são necessários US$ 405 milhões para atender afegãos afetados por conflitos e desastres naturais
Da Redação
Publicado em 26 de novembro de 2014 às 09h47.
Cabul - A ONU advertiu nesta quarta-feira que são necessários US$ 405 milhões para atender em 2015 3,8 dos 7,4 milhões de afegãos contemplados no plano de resposta do organismo para dar assistência aos que sofrem, de forma mais severa, com as consequências da guerra e dos desastres naturais no país.
Esta quantidade contribuiria para "salvar vidas de vítimas civis do conflito com ajuda médica de emergência, que é um dos elementos-chaves", disse em entrevista coletiva em Cabul o coordenador humanitário da ONU no Afeganistão, Mark Bowden.
O Plano de Resposta Humanitária das Nações Unidas para o Afeganistão prevê em 2015 atender 3,8 milhões de pessoas das 7,4 milhões que se encontram em situação crítica, vítimas da violência, das catástrofes naturais e das carências em saúde e alimentícias.
O programa inclui os deslocados internos e os procedentes da vizinha região paquistanesa do Waziristão, onde o Exército iniciou em junho uma ofensiva contra os insurgentes.
Bowden assegurou que mais de 100 mil pessoas tiveram que abandonar seus lares neste ano no Afeganistão pela violência, que até setembro acumula "7.965 vítimas civis" em um país que necessita de alimentos, serviços de saúde e água potável, especialmente nas zonas mais inseguras, deprimidas e remotas.
Abdullah Abdullah, chefe do governo de Afeganistão, cargo criado a partir da crise pós-eleitoral que começou em maio, acredita que o próprio Executivo afegão, a comunidade internacional e as organizações humanitárias abordem como melhorar a transparência e eficiência na ajuda.
"Uma coordenação melhor e a maior prazo pode nos ajudar a tirar o povo da pobreza e da vulnerabilidade perante desastres naturais", acrescentou na entrevista coletiva conjunta.
Abdullah exigiu aos insurgentes que permitam que a ajuda prevista neste plano do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UN-OCAH) chegue às zonas sob seu controle.
O Afeganistão atravessa um de seus períodos mais violentos depois que no ano passado as forças afegãs se tornaram responsáveis pela segurança após a retirada paulatina da missão da Otan, a Isaf, que terminará no final de 2014.
No entanto, a Otan anunciou que manterá no país cerca de 2,7 mil militares a partir de 2015, enquanto que os Estados Unidos desdobrarão no terreno ao redor de 9,8 mil soldados até 2024.
Em maio, mais de duas mil pessoas morreram em um deslizamento de terras no nordeste do país.
Em abril de 2012, por volta das 6h da manhã, uma avalanche destruiu uma das mais importantes sedes militares paquistanesas em Gayari perto da disputada geleira Siachen, matando 135 pessoas. Depois foi a vez das enchentes ceifarem mais vidas: 480 no total, entre agosto e outubro.
Em julho de 2012, a Coreia do Norte enfrentou o que as autoridades chamaram de as piores enchentes em um século da história do país. A enxurrada deixou construções debaixo d´água e interrompeu o fornecimento de energia elétrica. Pior, as enchentes ocorreram logo depois de um período de seca na região, comprometendo ainda mais o fornecimento de alimento na região.