Mundo

ONU eleva mortes no Mediterrâneo para 880 na última semana

De acordo com o órgão, 2.510 pessoas morreram tentando chegar ao território europeu pelo mar partindo da Líbia ou da Turquia desde o início do ano


	Naufrágio: o Acnur calculou que uma de cada 81 pessoas que tentam a travessia acabam morrendo
 (Marina Militare / Reuters)

Naufrágio: o Acnur calculou que uma de cada 81 pessoas que tentam a travessia acabam morrendo (Marina Militare / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2016 às 08h53.

Genebra - O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) elevou nesta terça-feira para 880 o número de mortos nos naufrágios ocorridos na última semana no Mar Mediterrâneo.

"Até o momento, 2016 está sendo um ano particularmente fatal", afirmou o porta-voz do Acnur, William Splinder, sobre as viagens dos imigrantes que tentam chegar à Europa cruzando o Mediterrâneo.

De acordo com o órgão, 2.510 pessoas morreram tentando chegar ao território europeu pelo mar partindo da Líbia ou da Turquia em embarcações precárias desde o início do ano, número superior aos 1.855 mortos no mesmo período do ano passado.

Desde janeiro, 204 mil pessoas chegaram de forma irregular à Europa pelo Mediterrâneo. Dessa forma, o Acnur calculou que uma de cada 81 pessoas que tentam a travessia acabam morrendo, dado que confirma a importância das operações de resgate.

"A Guarda Costeira da Itália está fazendo um trabalho formidável, e só na última semana resgatou 14 mil pessoas, com o apoio de outros países europeus", comentou o porta-voz do órgão.

Os números confirmam que a rota mais utilizada é entre Turquia e Grécia. Porém, o caminho que conecta o norte da África à Itália é o mais perigoso, já que é onde ocorreram 2.119 mortes.

"Estamos trabalhando para entender melhor as razões e as dinâmicas que estão por trás desse movimento, que se caracterizam nessa última rota pelo sobrepeso das embarcações, que podem zarpar com mais de 600 pessoas", explicou Splinder.

"Em alguns casos, é uma corrida contra o tempo. O barco pede auxílio, e as equipes de resgate se apressam para chegar antes delas afundarem", completou o porta-voz do Acnur.

Alguns dos depoimentos colhidos entre os sobreviventes indicam que os traficantes de pessoas estão tentando multiplicar seus lucros antes do início do Ramadã.

"Reprimir os traficantes é essencial, mas isso não é suficiente por si só se não oferecermos alguma alternativa às pessoas. Se eles estão dispostos a viajar nessas condições é simplesmente porque não têm mais escolhas", disse Splinder.

Acompanhe tudo sobre:EuropaNaufrágiosRefugiadosUnião Europeia

Mais de Mundo

Israel reconhece que matou líder do Hamas em julho, no Irã

ONU denuncia roubo de 23 caminhões com ajuda humanitária em Gaza após bombardeio de Israel

Governo de Biden abre investigação sobre estratégia da China para dominar indústria de chips

Biden muda sentenças de 37 condenados à morte para penas de prisão perpétua