ONU diz que 67 milhões de crianças não têm acesso à educação
A falta de acesso acontece especialmente em países com taxa de natalidade elevada e alvos de conflitos armados
Da Redação
Publicado em 4 de julho de 2011 às 11h22.
Genebra - Ao menos 67 milhões de crianças no mundo não têm acesso nesta segunda-feira à educação, especialmente em países com taxa de natalidade elevada e alvos de conflitos armados.
A informação consta no relatório "A crise oculta: Conflitos Armados e Educação" (2011) do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (Ecosoc), que realiza nesta segunda em Genebra o encontro anual com a educação como tema central.
Durante a sessão inaugural, o presidente da Assembleia Geral da ONU, Joseph Deiss, insistiu na importância da educação para alcançar a felicidade individual e a prosperidade econômica, além de melhorias sociais como a autonomia das mulheres e a redução da pobreza.
Pelo relatório do Ecosoc, entre 1999 e 2008, ao menos 52 milhões de crianças foram matriculadas na educação primária, o que representou aumento de um terço com relação à década anterior.
No entanto, apesar deste avanço, em regiões como a África Subsaariana, 10 milhões de crianças abandonaram o colégio por ano, por isso que em 2008 havia ainda 67 milhões de crianças no mundo todo sem acesso à educação básica.
A isto soma-se que, nos países menos desenvolvidos, 195 milhões de crianças menores de cinco anos - uma em cada três - sofre de desnutrição, o que causa danos irreversíveis ao desenvolvimento cognitivo.
As crianças não são as únicas afetadas pelos problemas de acesso à educação, já que ao redor de 796 milhões de pessoas, 17% dos adultos de todo o mundo, são analfabetas, e deste percentual dois terços são mulheres.
Esta diferença de gênero é ainda notada na atualidade entre as crianças. Conforme o Ecosoc, se a paridade de gênero tivesse sido alcançada em 2008, 3,6 milhões de meninas mais teriam assistido à escola.
Deiss destacou a importância de atingir a meta da educação universal para cinco anos, como indicam os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas, pelo qual são necessários mais de 1,9 milhão de professores.
O cumprimento deste objetivo foi afetado pela crise, especialmente nos países mais pobres, já que sete dos 18 países de baixas receitas analisados pelo Ecosoc cortaram seus orçamentos para educação e juntos somaram 3,7 milhões de crianças sem escolarizar.
No entanto, os países mais pobres aumentaram em conjunto a despesa em educação, passando de 2,9% de seus orçamentos em 1999 para 3,8% em 2008.
O relatório analisa a maneira na qual as guerras afetam à escolarização das crianças, já que na última década 35 países sofreram com conflitos armados com duração média - nos países mais pobres - de 12 anos.
Nesse período, 28 milhões de crianças - 42% do total - foram obrigadas a abandonar a escola primária por causa dos conflitos, responsáveis pela destruição de escolas e que transformam em muito perigosos os caminhos até as escolas.
Por exemplo, no Afeganistão foram registrados ao menos 613 ataques a escolas em 2009; na Tailândia 63 estudantes e 24 professores foram assassinados ou feridos entre 2008 e 2009, e, na República Democrática do Congo, um terço das violações ocorreu contra meninas, das quais 13% são menores de dez anos.
Além disso, nestes países afetados por conflitos armados, 79% dos jovens são analfabetos, explica o relatório.
O Ecosoc lembra a responsabilidade dos países ricos, já que no conjunto das 21 economias mais desenvolvidas investem mais recursos em armamento do que na construção das escolas.
Se 10% dessa despesa militar se desviasse a educação, haveria 9,5 milhões mais de crianças escolarizados.
Genebra - Ao menos 67 milhões de crianças no mundo não têm acesso nesta segunda-feira à educação, especialmente em países com taxa de natalidade elevada e alvos de conflitos armados.
A informação consta no relatório "A crise oculta: Conflitos Armados e Educação" (2011) do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (Ecosoc), que realiza nesta segunda em Genebra o encontro anual com a educação como tema central.
Durante a sessão inaugural, o presidente da Assembleia Geral da ONU, Joseph Deiss, insistiu na importância da educação para alcançar a felicidade individual e a prosperidade econômica, além de melhorias sociais como a autonomia das mulheres e a redução da pobreza.
Pelo relatório do Ecosoc, entre 1999 e 2008, ao menos 52 milhões de crianças foram matriculadas na educação primária, o que representou aumento de um terço com relação à década anterior.
No entanto, apesar deste avanço, em regiões como a África Subsaariana, 10 milhões de crianças abandonaram o colégio por ano, por isso que em 2008 havia ainda 67 milhões de crianças no mundo todo sem acesso à educação básica.
A isto soma-se que, nos países menos desenvolvidos, 195 milhões de crianças menores de cinco anos - uma em cada três - sofre de desnutrição, o que causa danos irreversíveis ao desenvolvimento cognitivo.
As crianças não são as únicas afetadas pelos problemas de acesso à educação, já que ao redor de 796 milhões de pessoas, 17% dos adultos de todo o mundo, são analfabetas, e deste percentual dois terços são mulheres.
Esta diferença de gênero é ainda notada na atualidade entre as crianças. Conforme o Ecosoc, se a paridade de gênero tivesse sido alcançada em 2008, 3,6 milhões de meninas mais teriam assistido à escola.
Deiss destacou a importância de atingir a meta da educação universal para cinco anos, como indicam os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas, pelo qual são necessários mais de 1,9 milhão de professores.
O cumprimento deste objetivo foi afetado pela crise, especialmente nos países mais pobres, já que sete dos 18 países de baixas receitas analisados pelo Ecosoc cortaram seus orçamentos para educação e juntos somaram 3,7 milhões de crianças sem escolarizar.
No entanto, os países mais pobres aumentaram em conjunto a despesa em educação, passando de 2,9% de seus orçamentos em 1999 para 3,8% em 2008.
O relatório analisa a maneira na qual as guerras afetam à escolarização das crianças, já que na última década 35 países sofreram com conflitos armados com duração média - nos países mais pobres - de 12 anos.
Nesse período, 28 milhões de crianças - 42% do total - foram obrigadas a abandonar a escola primária por causa dos conflitos, responsáveis pela destruição de escolas e que transformam em muito perigosos os caminhos até as escolas.
Por exemplo, no Afeganistão foram registrados ao menos 613 ataques a escolas em 2009; na Tailândia 63 estudantes e 24 professores foram assassinados ou feridos entre 2008 e 2009, e, na República Democrática do Congo, um terço das violações ocorreu contra meninas, das quais 13% são menores de dez anos.
Além disso, nestes países afetados por conflitos armados, 79% dos jovens são analfabetos, explica o relatório.
O Ecosoc lembra a responsabilidade dos países ricos, já que no conjunto das 21 economias mais desenvolvidas investem mais recursos em armamento do que na construção das escolas.
Se 10% dessa despesa militar se desviasse a educação, haveria 9,5 milhões mais de crianças escolarizados.