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ONU diz que 240 imigrantes morreram na costa da Líbia em 48 horas

"Dois botes de borracha lotados de imigrantes, totalizando mais de 300, sucumbiram às ondas na costa da Líbia pelo tempo muito ruim", disse o porta-voz

Naufrágio: "O Mediterrâneo é uma faixa mortal de mar para refugiados e imigrantes, e mesmo assim eles não enxergam outra opção" (Reuters/ Darrin Zammit)
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Reuters

Publicado em 3 de novembro de 2016 às 18h34.

Genebra - Ao menos 240 imigrantes se afogaram na costa da Líbia nas últimas 48 horas, possivelmente como consequência não intencional de esforços europeus para parar traficantes de pessoas e treinar guardas-costeiros da Líbia, informou nesta quinta-feira a agência de imigração da Organização das Nações Unidas.

Cinco navios de resgate, coordenados pela guarda-costeira italiana, estavam dentro da zona de visão de imigrantes, mas apesar de tentativas de resgate, a maior parte morreu, disse o porta-voz do chefe da Organização Internacional para as Migrações (OIM), Leonard Doyle.

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"Dois botes de borracha, que é o que são, botes de borracha, lotados de imigrantes, totalizando mais de 300, sucumbiram às ondas na costa da Líbia pelo tempo muito ruim", disse.

O Alto Comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi, disse estar "profundamente triste por outra tragédia", e que muitas vidas poderiam ter sido salvas caso países europeus se voluntariassem para receber mais imigrantes, e não deixá-los fazer a perigosa travessia marítima.

"O Mediterrâneo é uma faixa mortal de mar para refugiados e imigrantes, e mesmo assim eles não enxergam outra opção, a não ser arriscar suas próprias vidas", disse em comunicado.

A OIM informou que as mortes mais recentes indicam que 4.220 vidas foram perdidas no Mediterrâneo até o momento neste ano. No ano inteiro de 2015, 3.777 pessoas morreram, disse Flavio di Giacomo, um porta-voz da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Imigrantes disseram à OIM que traficantes dizem que o treinamento europeu de guardas-costeiros líbios significa que as missões de resgate em breve serão feitas pela Líbia, o que significa que os imigrantes resgatados seriam levados para a costa da Líbia, e não Itália, disse Giacomo.

Isto estaria causando a pressa, apesar das condições meteorológicas ruins, disse.

De acordo com Doyle, o uso de embarcações de borracha, inadequadas para longas travessias marítimas em condições ruins, ocorre em grande parte devido a navios europeus terem capturado e destruído muitos barcos de pesca que traficantes usavam.

"Na falta destes barcos e com os imigrantes determinados a sair, e os traficantes interessados em ganhar dinheiro, eles se colocam em botes de borracha completamente arriscados".

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