Mundo

ONU condena detenção e pede libertação de jornalistas no Irã

17 jornalistas estão presos no país, onde já existem ordens de detenções para vários outros profissionais


	Jornalistas: antes desta nova onda de detenções, no Irã havia já 40 repórteres presos (Said Khatib/AFP)

Jornalistas: antes desta nova onda de detenções, no Irã havia já 40 repórteres presos (Said Khatib/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2013 às 12h34.

Genebra - Os especialistas em direitos humanos da ONU denunciaram nesta terça-feira a detenção de pelo menos 17 jornalistas no Irã e pediram às autoridades que libertem os profissionais da imprensa.

"A recente onda de detenções de jornalistas, simplesmente por realizar suas atividades profissionais, é uma violação flagrante da Lei Internacional sobre Direitos Humanos", afirmaram os quatro relatores das Nações Unidas, citados em comunicado.

Os especialistas conhecem a detenção de pelo menos 17 jornalistas, a maioria trabalha para meios de imprensa independentes, mas sabem que existem ordens de detenções para vários outros profissionais.

O governo iraniano admitiu na semana passada que as autoridades tinham detido um número indeterminado de jornalistas locais por motivos "relacionados com a segurança" e acusou alguns deles de atuarem como "a quinta coluna do inimigo".

Os repórteres detidos trabalhavam para meios de imprensa próximos ao setor reformista do regime, enfrentando à facção mais ultraconservadora do sistema teocrático fundamentalista islâmico xiita, que governa o país.

Diversos meios de imprensa locais apontaram que as detenções poderiam ser o início de um eliminação entre os informadores próximos ao setor reformista por parte dos conservadores, para eliminar a oposição de cara ao pleito presidencial de junho.


Uma opinião que é compartilhada pelos relatores especiais que consideram as detenções parte de uma campanha muito mais vasta, que tem por objetivo "acabar com os jornalistas e os meios de imprensa independentes no Irã, sob acusação de que colaboram com a imprensa estrangeira "anti-revolucionária" e com organizações de direitos humanos".

"O direito a se comunicar com organizações internacionais, incluindo as não-governamentais, é um aspecto fundamental da liberdade de expressão, e usar essas acusações para fazer detenções maciças é contrário às obrigações internacionais do Irã".

"É muito lamentável que as detenções maciças sejam usadas como forma de represália contra o exercício da liberdade de expressão. Os jornalistas devem ser capazes de falar e escrever sem medo de serem perseguidos, detidos ou intimidados", disseram os relatores.

"Estas detenções acontecem no marco das eleições de junho de 2013, e o Governo quer reforçar a censura e reduzir a mínima expressão a liberdade de opinião e de expressão em um momento essencial para o desenvolvimento político no Irã", concluíram os especialistas.

Antes desta nova onda de detenções, no Irã havia já 40 repórteres presos.

Assinaram a carta o relator especial para a liberdade de expressão e de opinião, Frank La Rue; o presidente do grupo de trabalho sobre Detenções Arbitrárias, El Hadij Malick Sow; a relatora sobre defensores dos direitos humanos, Margaret Sekaggya; e o relator sobre a situação dos direitos humanos no Irã, Ahmed Shaheed. 

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaIrã - PaísLiberdade de imprensaONU

Mais de Mundo

Legisladores democratas aumentam pressão para que Biden desista da reeleição

Entenda como seria o processo para substituir Joe Biden como candidato democrata

Chefe de campanha admite que Biden perdeu apoio, mas que continuará na disputa eleitoral

Biden anuncia que retomará seus eventos de campanha na próxima semana

Mais na Exame