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ONU chama ataque à maior usina nuclear da Europa de 'suicida'; Moscou aceita inspeção

Rússia e Ucrânia têm trocado acusações sobre a autoria dos ataques à usina de Zaporizhzhia

Usina nuclear: Kiev afirma que, além de provocar os ataques, Moscou está armazenando armas no local (Wikimedia Commons/Reprodução)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de agosto de 2022 às 15h58.

Última atualização em 8 de agosto de 2022 às 16h35.

O secretário-geral da ONU , António Guterres, classificou como "suicidas" os ataques à usina nuclea rde Zaporizhzhia, a maior da Europa, e pediu para que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) tenha acesso ao local, bombardeado no fim de semana.

"Qualquer ataque a uma usina nuclear é uma coisa suicida", afirmou Guterres nesta segunda-feira, 8, durante uma entrevista coletiva no Japão, durante um evento de memória aos 77 anos do bombardeio de Hiroshima - única vez em que uma arma atômica foi utilizada em combate.

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Rússia e Ucrânia têm trocado acusações sobre a autoria dos ataques à usina de Zaporizhzhia. Moscou afirma que ataques comandados por Kiev danificaram as instalações e cortaram o fornecimento de energia para duas regiões da Ucrânia e provocou um incêndio que forçou funcionários a diminuírem a produção para reduzir a pressão nos reatores. Kiev afirma que, além de provocar os ataques, Moscou está armazenando armas no local.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse nesta segunda-feira 8, que o bombardeio "pelas Forças Armadas ucranianas" é "extremamente perigoso" e "pode ter consequências catastróficas para uma vasta área, inclusive para o território europeu". Moscou também concordou, nesta segunda, em receber inspetores da AIEA na usina.

A versão de Kiev aponta para sabotagem russa. O chefe de inteligência militar da Ucrânia, Andri Yusov, rebateu as declarações russas dizendo ter recebido informações confiáveis de que as forças russas plantaram explosivos em Zaporizhzhia para impedir uma esperada contraofensiva ucraniana na região. O presidente Volodmir Zelenski chegou a afirmar, no domingo, que "não há uma única nação no mundo que possa se sentir segura quando um Estado terrorista bombardeia uma usina nuclear".

A usina de Zaporizhzhia foi tomada pela Rússia ainda no começo da guerra. Apesar de ocupar o território e controlar a estrutura gigante, a operação do dia a dia ainda está nas mãos de profissionais ucranianos. Até agora, as autoridades ucranianas disseram que não houve danos aos reatores e nenhum vazamento de radiação.

De acordo com Petro Kotin, presidente da agência nuclear ucraniana Energoatom, a usina de Zaporizhzhia está ocupada por "cerca de 500 soldados e 50 veículos pesados, tanques e caminhões" russos. Kotin pediu, nesta segunda, que os ocupantes russos sejam desalojados da usina e uma "zona desmilitarizada" seja estabelecida na área da usina.

"Deve haver uma missão de paz que também inclua especialistas da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) e outras organizações de segurança", afirmou em um vídeo postado no Telegram.

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