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ONU aprova ambicioso plano de desenvolvimento para 15 anos

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que a nova agenda representa uma "visão do mundo universal, integrada e transformadora"


	Papa e Ban Ki-moon na ONU: o programa busca acabar com a pobreza, promover a educação, garantir vidas mais saudáveis e combater a mudança climática a um custo que varia de 3,5 a 5 bilhões de dólares ao ano até 2030
 (REUTERS / AFP / Joshua Lott)

Papa e Ban Ki-moon na ONU: o programa busca acabar com a pobreza, promover a educação, garantir vidas mais saudáveis e combater a mudança climática a um custo que varia de 3,5 a 5 bilhões de dólares ao ano até 2030 (REUTERS / AFP / Joshua Lott)

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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2015 às 16h39.

Líderes de todo o mundo prometeram acabar com a pobreza até 2030 quando adotaram nesta sexta-feira, nas Nações Unidas, um ambicioso plano de desenvolvimento sustentável, a um custo exorbitante e sem garantia de sucesso.

Na abertura da cúpula que reunirá até domingo mais de 150 chefes de estado e de governo na sede da ONU em Nova York, os países estabeleceram 17 metas, divididas em 169 objetivos para os próximos 15 anos.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que a nova agenda representa uma "visão do mundo universal, integrada e transformadora".

Mas alertou para a necessidade de que a comunidade internacional se comprometa com a implementação do plano. "Precisamos de ações de todos em todas as partes".

O programa busca acabar com a pobreza, promover a educação, garantir vidas mais saudáveis e combater a mudança climática a um custo que varia de 3,5 a 5 bilhões de dólares ao ano até 2030.

O documento foi ratificado durante a inauguração de uma cúpula de desenvolvimento que reunirá mais de 150 chefes de estado até domingo na sede da ONU, que precede a 70ª Assembleia Geral.

Para o papa Francisco, que momentos antes se dirigiu aos líderes falando na tribuna da Assembleia Geral, o novo plano de desenvolvimento "é um sinal importante de esperança".

"Não bastam, contudo, os compromissos assumidos solenemente, ainda quando constituem um passo necessário para as soluções", disse o papa, pedindo para que sejam evitadas "quaisquer tentações de cair em um nominalismo declaracionista de efeito tranquilizador das consciências".

"O mundo pede de todos os governantes uma vontade efetiva, prática, constante, de passos concretos e medidas imediatas para preservar e melhorar o ambiente natural e vencer o quanto antes o fenômeno da exclusão social e econômica", disse o papa argentino, o primeiro do continente americano.

O objetivo número um é "colocar fim à pobreza em todas as suas formas": 836 milhões de pessoas ainda vivem com menos de 1,25 dólares por dia.

De 3,5 a 5 bilhões de dólares

O plano também prevê garantir o acesso universal a educação e saúde, lutar contra as crescentes desigualdades, promover o desenvolvimento das mulheres e a boa governança, além de limitar o aquecimento global.

A lista faraônica é similar aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), propostos para o período 2000-2015. Mas são muito mais ambiciosos que os oito objetivos anteriores, focados apenas na pobreza e na saúde dos países em desenvolvimento.

O novo plano abarcará também os países industrializados e abordará assuntos tão delicados como a boa governança, a igualdade de gênero e a luta contra a corrupção.

O desafio é enorme: encontrar recursos para financiá-lo, garantir que os governos o cumpram e cuidar para que ninguém se perca no meio do caminho.

Cada país será livre para implementar ou não os objetivos e escolher com quais meios vai agir, mas 300 indicadores avaliarão os avanços.

Especialistas calculam que serão necessários entre 3,5 e 5 bilhões de dólares a cada ano durante 15 anos para financiar a ambiciosa iniciativa, em um contexto de crise econômica mundial que reduziu as colaborações das nações ricas para as mais pobres.

Os resultados das metas anteriores são contraditórios. A pobreza extrema e a mortalidade infantil caíram pela metade com relação a 1990. Mas o meio ambiente recebeu os impactos do crescimento acelerado da China e da Índia, e as desigualdades econômicas aumentaram.

"Dividendos" da paz

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, primeiro líder latino-americano a falar na cúpula, comprometeu-se a implementar o novo programa de desenvolvimento.

"Meu país celebra e acolhe estes objetivos, pois temos consciência de que são condições necessárias para a construção da paz", afirmou Santos.

Segundo o chefe de estado, a agenda de desenvolvimento na Colômbia será impulsionada pela assinatura dos acordos de paz, fixados no mais tardar para março de 2016. "A paz na Colômbia terá altíssimos dividendos precisamente no campo econômico, social e ambiental", garantiu o colombiano.

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