Nações Unidas - A ONU anunciou nesta quarta-feira a holandesa Sigrid Kaag como nova coordenadora da missão das Nações Unidas e da Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq), encarregada de eliminar o arsenal químico na Síria.

Após o anúncio de sua nomeação, Sigrid compareceu de maneira inesperada à sede da ONU, na companhia do secretário-geral Ban Ki-moon, e anunciou que viajará para Haia nesta sexta-feira para iniciar seu trabalho.

"A situação na Síria é perigosa e imprevisível. A questão humanitária segue se deteriorando e é preciso mais que nunca a colaboração de todas as partes", declarou o secretário-geral da ONU.

A nomeação de Sigrid como nova coordenadora especial da Opaq foi feita em consulta com o diretor-geral da missão, Ahmet Uzumcu, após a resolução aprovada pelo Conselho de Segurança, a qual autoriza a conformação da missão.

Ban indicou que a diplomática holandesa terá seu escritório em Damasco e será responsável por supervisionar todas as atividades da missão no terreno, trabalhando em contato direto com o Uzumcu.

O secretário-geral da ONU detalhou que, entre suas demais funções, ela deverá garantir o acesso e a segurança dos inspetores da missão, assim como coordenar as tarefas de apoio logístico, comunicações, médicas e administrativas do pessoal da ONU.

Sigrid, de 52 anos, entrou nas Nações Unidas em 1994, procedente do Ministério das Relações Exteriores da Holanda, e desde então exerceu diversos cargos na organização, na qual é reconhecida como uma especialista no mundo árabe.

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Durante a apresentação da nova coordenadora da Opaq, Ban também anunciou que o representante especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, também viajará à região "nos próximos dias" para dar continuidade as conversas sobre a conferência de paz em Genebra.

O secretário-geral também detalhou que o "número dois" da equipe de seu representante especial, Nasser al Kidwa, viajará à Turquia para se reunir com representantes da oposição síria para falar sobre sua participação na conferência.

Ban acrescentou que os esforços diplomáticos desdobrados incluem o subsecretário-geral para Assuntos Políticos, Jeffrey Feltman, que se encontra hoje em Moscou para conversar com as autoridades russas.

A verificação e a destruição do arsenal químico do regime do presidente de Bashar al Assad será feita através de uma operação de três fases, iniciada há poucos dias e que deverá ser completada antes do dia 30 de junho de 2014.

Calcula-se que a Síria tenha cerca de mil toneladas de armas químicas e, por isso, que seu controle, transporte e destruição se mostram como algo "perigoso" e complexo, tendo em vista que, segundo os cálculos das Nações Unidas, o processo total levará pouco menos de um ano para ser concluído. 

*Matéria atualizada às 14h40