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Onda de violência em Joanesburgo deixa 5 mortos e 100 presos desde domingo

A cidade da África do Sul registra uma série de saques por conta das tensões xenofóbicas e pela criminalidade

África do Sul: os imigrantes donos de estabelecimentos são os principais atingidos na onda de violência (Marius Bosch/Reuters)

África do Sul: os imigrantes donos de estabelecimentos são os principais atingidos na onda de violência (Marius Bosch/Reuters)

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EFE

Publicado em 3 de setembro de 2019 às 15h44.

Joanesburgo — A onda de distúrbios e saques a estabelecimentos comerciais iniciada no domingo já registra cinco mortos e 100 detidos em diversas partes de Joanesburgo, cidade afetada pelas tensões xenofóbicas e pela criminalidade em bairros mais pobres.

As cinco mortes foram confirmadas nesta terça-feira pelo ministro de Segurança sul-africano, Bheki Cele, em declarações coletadas pelo canal "Enca".

O cenário de tensão motivou tanto o presidente do país, Cyril Ramaphosa, como outros políticos e autoridades locais a aparecerem publicamente para tranquilizar a população e pedir que ninguém faça justiça com as próprias mãos.

"O povo do nosso país quer viver em harmonia. Qualquer preocupação ou queixa que possamos ter precisa ser conduzida de maneira democrática. Não pode haver justificativa para que um sul-africano ataque pessoas de outros países", afirmou Ramaphosa em mensagem divulgada em vídeo.

O clima xenofóbico desta onda de saques e ataques - um fenômeno recorrente no país que tem como principal vítima os estabelecimentos gerenciados por imigrantes - motivou também outros governos africanos a mandarem mensagens de repúdio e prudência aos cidadãos radicados na África do Sul.

"Os ataques contínuos a cidadãos e negócios nigerianos na África do Sul são inaceitáveis. Basta. A Nigéria tomará medidas para garantir segurança e proteção dos seus cidadãos", afirmou no Twitter o governo de Abuja, que convocou o embaixador sul-africano no país para dar explicações.

Onda de violência em Joanesburgo, África do Sul, deixa 5 mortos e 100 presos desde domingo

A maior parte das 100 detenções realizadas até o momento ocorreram nos distritos de Jeppestown e Malvern, afirmou a polícia em comunicado. Nessas áreas foram registrados os primeiros atos de violência no domingo, depois que três pessoas morreram durante um incêndio em um edifício ocupado.

A região foi tomada pelo caos, o que levou a uma onda de saques de lojas de queima de veículos que depois se repetiram em outras partes da cidade.

O policiamento foi reforçado e a situação melhorou hoje, mas o governador da província de Gauteng, David Makhura, alertou nesta manhã que não descarta pedir reforços militares se o panorama voltar a piorar.

Essas ondas de violência se repetem frequentemente na África do Sul, especialmente em Johanesburgo. Muitas vezes, começam com fatos pequenos, mas que explodem tensões subjacentes nas comunidades mais pobres, com altas taxas de imigrantes e graves problemas de criminalidade.

Johanesburgo é um grande foco de atração de imigrantes da região que buscam um futuro melhor no coração financeiro do país mais desenvolvido da África. Esses estrangeiros procedem principalmente da República Democrática do Congo, da Nigéria e do Zimbábue.

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