Mundo

Onda de atentados no Iraque deixa mais de 46 mortos

Ao menos 46 pessoas morreram em uma onda de atentados no Iraque, onde os níveis de violência dispararam

Policial iraquiano observa carro usado em atentado suicida, em Bagdá: ONU declarou que os dirigentes iraquianos devem resolver a raiz do problema da violência (Ali al-Saadi/AFP)

Policial iraquiano observa carro usado em atentado suicida, em Bagdá: ONU declarou que os dirigentes iraquianos devem resolver a raiz do problema da violência (Ali al-Saadi/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2014 às 12h32.

Bagdá - Ao menos 46 pessoas morreram nesta quarta-feira em uma onda de atentados no Iraque, onde os níveis de violência dispararam com a aproximação das eleições previstas para abril.

Paralelamente, a oeste da capital iraquiana, as forças governamentais continuam a perder terreno na província de Al-Anbar, onde os insurgentes sunitas do Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL, ligado à Al Qaeda) tomaram o controle de duas novas regiões estratégicas, segundo fontes oficiais.

O conflito em Al-Anbar e o aumento da violência no país, alimentado por uma profunda crise política, constituem as maiores ameaças para o primeiro-ministro xiita Nuri al-Maliki, no poder há oito anos, a poucos meses das eleições legislativas.

Em Bagdá, 24 pessoas morreram na explosão de ao menos sete carros-bomba com alguns minutos de intervalo em vários bairros da capital, segundo fontes médicas e de segurança.

A nordeste da capital, ao menos 16 pessoas morreram em um atentado suicida no funeral de um miliciano contrário à Al-Qaeda, acrescentaram as fontes.

Um terrorista suicida detonou um cinturão de explosivos em um funeral em Bohroz, segundo um oficial da polícia da cidade próxima a Baquba, capital da província de Diyala.

Além disso, seis pessoas, entre elas três soldados, morreram em ataques na cidade de Mosul (norte) e em suas imediações.

Além disso, os combates continuam entre as forças governamentais e os jihadistas do EIIL, que tomaram o controle nas últimas semanas de vários setores de Ramadi, capital da província situada a 100 km de Bagdá, e que controlam, junto com outros combatentes tribais antigovernamentais, a cidade de Fallujah, a 60 km de Bagdá.


A tomada de Fallujah e de algumas partes de Ramadi pelos jihadistas ocorre pela primeira vez desde a insurreição registrada depois da invasão norte-americana de 2003.

As duas cidades são antigos redutos de insurgentes. Em 2004, 95 soldados americanos foram mortos e mais de 600 feridos em Fallujah durante as mais sangrentas ofensivas do exército dos Estados Unidos desde a guerra do Vietnã.

Nesta quarta-feira os insurgentes ganharam terreno, com a polícia abandonando seus postos e deixando as armas para trás, segundo testemunhas.

"Nós nos rendemos e abandonamos nossas armas", afirmou à AFP um policial da localidade de Saqlawiyah. "Eles têm armas melhores que as nossas. Nossa delegacia não estava bem protegida e nós fomos cercados. Mesmo quando pedimos ajuda ninguém veio nos socorrer", relatou.

Os jihadistas tomaram a delegacia de Saqlawiyah, na periferia oeste de Fallujah, depois de avisarem a partir da mesquita da localidade os policiais a deixarem suas armas.

Em Ramadi, eles voltaram a controlar o bairro de Malaab.

O Iraque entrou, desde outubro de 2013, numa espiral de violência que chegou a níveis inéditos desde o conflito religioso de 2006-2007.

O balanço dos ataques desde o início do mês já ultrapassou os números para todo o mês de janeiro de 2013, com cerca de 500 vítimas fatais.

Frente a este aumento da violência, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, declarou na segunda-feira que os dirigentes iraquianos devem resolver a raiz do problema da violência no Iraque.

Acompanhe tudo sobre:Ataques terroristasIraqueTerrorismoViolência política

Mais de Mundo

Avião fabricado pela Embraer cai no Cazaquistão com 67 pessoas a bordo

Papa faz apelo para Ucrânia e Gaza, que passam por 'situação humanitária muito grave'

Deixem o canal': panamenhos protestam contra Trump em frente à embaixada dos EUA

Congresso do Peru investiga escândalo por suposta rede de prostituição internacional