Desde julho, o número de casos na região vem reduzindo. (Gallo Images/Getty Images)
Fabiane Stefano
Publicado em 27 de setembro de 2020 às 08h20.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou na sexta-feira (25) o fato de a África ter conseguido evitar a "propagação exponencial" da epidemia de coronavírus no continente.
"A transmissão da covid-19 na África se caracteriza por um número relativamente menor de infecções, que tem diminuído nos últimos dois meses", apontou a direção regional da OMS com sede em Brazzaville, em um comunicado recebido nesta sexta-feira pela AFP.
"Desde 20 de julho, a região experimentou uma diminuição sustentada dos novos casos de covid-19. Nas últimas quatro semanas, 77.147 novos casos foram notificados, em comparação com 131.647 nas últimas quatro semanas", relatou a OMS.
"Alguns dos países mais afetados, incluindo Argélia, Camarões, Costa do Marfim, Etiópia, Gana, Quênia, Madagascar, Nigéria, Senegal e África do Sul, viram as infecções diminuírem semanalmente nos últimos dois meses", acrescenta a organização, estimando que "a baixa densidade populacional e o clima quente e úmido provavelmente contribuem" para esses bons resultados.
A pandemia na África afetou principalmente os jovens, maioria no continente. "Cerca de 91% dos casos de infecção por covid-19 na África Subsaariana correspondem a pessoas com menos de 60 anos, e mais de 80% dos casos são assintomáticos".
A tendência de queda "reflete as medidas enérgicas e decisivas de saúde pública tomadas pelos governos em toda região", observou o diretor regional da OMS, Matshidiso Moeti, em uma reunião virtual na quinta-feira (24). Alguns países africanos adotaram medidas de confinamento total, ou parcial, muito onerosas para suas economias, como na África do Sul.
O número de testes "continua baixo", indicou a OMS, sem, porém, preocupar-se com as estatísticas globais.
"Os casos de covid-19 não registrados são, em grande parte, devido ao fato de serem assintomáticos. Além disso, não há evidências de que os números de mortalidade estejam errados, pois são mais difíceis de ignorar de um ponto de vista estatístico", apontou.