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OMS adverte do perigo da resistência aos remédios

Organização pede que medidas sejão tomadas com urgência para combater o problema ou os antibióticos correm o risco de perderem o efeito para sempre

A OMS prevê um mundo sem antibióticos caso nenhuma medida seja tomada (Alcibiades/Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2011 às 19h12.

Genebra - A menos que se tenha a consciência da importância da resistência aos remédios e se implemente um programa global e multidisciplinar para lutar contra ela, caminhamos em direção a um mundo sem antibióticos e outros remédios essenciais, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Vamos combater a Resistência aos Remédios. Se não atuarmos hoje não teremos uma cura amanhã", é o lema do Dia Mundial da Saúde 2011, realizado nesta quinta-feira.

"A mensagem da OMS é clara. O mundo está à beira de perder as curas (que são os antibióticos). Na ausência de ações protetoras urgentes, o mundo caminha em direção a uma era pós-antibióticos na qual muitas infecções comuns não terão cura", assinalou a diretora da OMS, Margaret Chan, a respeito desta ameaça.

A agência de saúde das Nações Unidas alerta para um problema que está crescendo e que pode reduzir e inclusive acabar com a eficácia de muitos remédios, especialmente os antibióticos, cuja criação mudou a história médica.

A resistência aos remédios é um fenômeno biológico que ocorre quando microorganismos se tornam resistentes aos remédios que foram criados para matá-los.

A cada geração, os microorganismos resistentes voltam ainda mais dominantes até o remédio perder o efeito.

"O problema nunca vai desaparecer totalmente, porque é um fenômeno natural, mas é possível lutar para controlá-lo", explicou em entrevista coletiva Mario Raviglione, diretor do departamento de tuberculose da OMS.

Existem diversas causas que provocam a resistência a um remédio: o uso excessivo, o tratamento insuficiente na dose indicada e o mal emprego.

"O problema também recai na transmissão. Uma pessoa que desenvolveu resistência pode transmiti-la facilmente a outra pessoa se não se aplicarem os padrões básicos de higiene e proteção", acrescentou Raviglione.

O número de pessoas que morrem anualmente pela resistência aos remédios ainda não foi oficializado, embora se calcula que sejam "centenas de milhares ao ano", segundo Raviglione, contando, por exemplo, só 440 mil casos de multiresistencia aos tratamentos contra a tuberculose.

"O fenômeno acelerou com o aumento da população mundial, com a extensão da longevidade que implica o aumento da ingestão de remédios para lutar contra mais doenças, com o aumento das viagens e das doenças imunodepressoras", assinalou Raviglione.

Além disso, não existem dados mundiais sobre o custo que envolve a resistência aos remédios, mas calcula-se que só na União Europeia o número alcança 1,5 bilhões de euros e nos Estados Unidos US$ 20 bilhões ao ano.

Algumas das ações que podem contornar a situação passam por políticas transversais implementadas pelos Governos, mas também ações concretas como um maior e melhor controle da prescrição dos remédios por parte de médicos e farmacêuticos, assim como a redução da automedicação por parte dos pacientes.

Além disso, se requer uma implicação maior da indústria agrícola e animal, dado que atualmente existe um uso em massa de antibióticos para tratar plantas e animais doentes, o que está provocando uma resistência, que pode, posteriormente, ser transmitida aos humanos.

"Em um momento de diversas doenças no mundo, não podemos permitir que a perda de remédios essenciais - curas essenciais para milhões de pessoas - se transforme na próxima crise global", concluiu Chan.

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Genebra - A menos que se tenha a consciência da importância da resistência aos remédios e se implemente um programa global e multidisciplinar para lutar contra ela, caminhamos em direção a um mundo sem antibióticos e outros remédios essenciais, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Vamos combater a Resistência aos Remédios. Se não atuarmos hoje não teremos uma cura amanhã", é o lema do Dia Mundial da Saúde 2011, realizado nesta quinta-feira.

"A mensagem da OMS é clara. O mundo está à beira de perder as curas (que são os antibióticos). Na ausência de ações protetoras urgentes, o mundo caminha em direção a uma era pós-antibióticos na qual muitas infecções comuns não terão cura", assinalou a diretora da OMS, Margaret Chan, a respeito desta ameaça.

A agência de saúde das Nações Unidas alerta para um problema que está crescendo e que pode reduzir e inclusive acabar com a eficácia de muitos remédios, especialmente os antibióticos, cuja criação mudou a história médica.

A resistência aos remédios é um fenômeno biológico que ocorre quando microorganismos se tornam resistentes aos remédios que foram criados para matá-los.

A cada geração, os microorganismos resistentes voltam ainda mais dominantes até o remédio perder o efeito.

"O problema nunca vai desaparecer totalmente, porque é um fenômeno natural, mas é possível lutar para controlá-lo", explicou em entrevista coletiva Mario Raviglione, diretor do departamento de tuberculose da OMS.

Existem diversas causas que provocam a resistência a um remédio: o uso excessivo, o tratamento insuficiente na dose indicada e o mal emprego.

"O problema também recai na transmissão. Uma pessoa que desenvolveu resistência pode transmiti-la facilmente a outra pessoa se não se aplicarem os padrões básicos de higiene e proteção", acrescentou Raviglione.

O número de pessoas que morrem anualmente pela resistência aos remédios ainda não foi oficializado, embora se calcula que sejam "centenas de milhares ao ano", segundo Raviglione, contando, por exemplo, só 440 mil casos de multiresistencia aos tratamentos contra a tuberculose.

"O fenômeno acelerou com o aumento da população mundial, com a extensão da longevidade que implica o aumento da ingestão de remédios para lutar contra mais doenças, com o aumento das viagens e das doenças imunodepressoras", assinalou Raviglione.

Além disso, não existem dados mundiais sobre o custo que envolve a resistência aos remédios, mas calcula-se que só na União Europeia o número alcança 1,5 bilhões de euros e nos Estados Unidos US$ 20 bilhões ao ano.

Algumas das ações que podem contornar a situação passam por políticas transversais implementadas pelos Governos, mas também ações concretas como um maior e melhor controle da prescrição dos remédios por parte de médicos e farmacêuticos, assim como a redução da automedicação por parte dos pacientes.

Além disso, se requer uma implicação maior da indústria agrícola e animal, dado que atualmente existe um uso em massa de antibióticos para tratar plantas e animais doentes, o que está provocando uma resistência, que pode, posteriormente, ser transmitida aos humanos.

"Em um momento de diversas doenças no mundo, não podemos permitir que a perda de remédios essenciais - curas essenciais para milhões de pessoas - se transforme na próxima crise global", concluiu Chan.

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