OLP vai reconhecer Israel em troca das fronteiras de 1967
Dirigentes da Palestina vão aceitar o Estado judeu, caso o mapa apresentado seja anterior à Guerra dos Seis Dias
Da Redação
Publicado em 13 de outubro de 2010 às 10h15.
Jerusalém - A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) reconhecerá Israel como Estado judeu se os americanos apresentarem um mapa israelense baseado nas fronteiras de 1967, incluindo Jerusalém Oriental, declarou hoje Yasser Abed Rabbo, um dos principais dirigentes palestinos.
"Queremos receber um mapa do Estado de Israel que eles querem que aceitemos", disse ao jornal israelense "Haaretz" Abed Rabbo, membro do Comitê Executivo da OLP, integrante da equipe de negociadores palestinos e assessor do presidente Mahmoud Abbas.
"É importante saber onde estão as fronteiras de Israel e as da Palestina. Estaremos de acordo com qualquer fórmula que apresentem os americanos, inclusive se nos pedirem para chamar Israel de 'Estado chinês', desde que possamos receber em troca as fronteiras de 1967", acrescentou Abed Rabbo.
O dirigente da OLP lembrou que os palestinos "reconheceram Israel no passado, mas Israel não reconheceu o Estado palestino".
As declarações de Abed Rabbo contradizem o que foi dito ontem pelo chefe dos negociadores palestinos, Saeb Erekat, que afirmou que os palestinos nunca reconhecerão Israel como Estado judeu.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, exige que os palestinos reconheçam Israel como Estado judeu como condição para uma nova moratória à colonização no território ocupado da Cisjordânia, sem a qual os palestinos se negam a retomar o diálogo direto de paz.
A OLP rejeita reconhecer Israel como Estado judeu ao considerar que já aceitou o país com seu nome oficial há duas décadas, e que a nova legitimação representaria a adoção da narrativa sionista e a renúncia ao direito de retorno dos refugiados palestinos.
A aceitação de Israel como Estado judeu não foi uma exigência em acordos anteriores, enquanto a paralisação da atividade colonizadora é um compromisso firmado por Israel ao aceitar o Mapa do Caminho, o plano de paz apresentado em 2003 pelo Quarteto de Madri (Estados Unidos, União Europeia, ONU e Rússia).
Israel decretou uma suspensão parcial de 10 meses na edificação nas colônias que se aplicava apenas ao território ocupado da Cisjordânia e não contemplava o de Jerusalém Oriental.
O processo de paz se encontra paralisado desde que foi encerrada a moratória, em 26 de setembro. Na sexta-feira passada a Liga Árabe deu o prazo de um mês a Washington para que encontre uma fórmula que possa retomá-lo.
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