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OEA descarta suspensão do Paraguai

Fernando Lugo foi destituído da Presidência do Paraguai em 22 de junho após um 'julgamento político' no Congresso

Pessoa na frente de uma pichação que chama o vice-presidente paraguaio Franco de "golpista": OEA respalda envio de missão de apoio (Jorge Adorno/Reuters)

Pessoa na frente de uma pichação que chama o vice-presidente paraguaio Franco de "golpista": OEA respalda envio de missão de apoio (Jorge Adorno/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de julho de 2012 às 23h40.

Washington - O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) se pronunciou nesta sexta-feira contra a suspensão do Paraguai e a favor de que o secretário-geral do organismo, José Miguel Insulza, prepare o envio de uma missão de apoio ao país, confirmou à Agência Efe uma fonte diplomática.

O Conselho Permanente realizou hoje em Washington uma reunião a portas fechadas, improvisada e de caráter informal, como 'uma espécie de consulta da posição dos países (membros da OEA) a respeito da suspensão ou não do Paraguai', disse à Efe a fonte, que pediu anonimato.

'Posso dizer que houve unanimidade no respaldo a uma missão de apoio ao processo democrático, o que será organizado pelo secretário-geral nos próximos dias. Posso dizer que a possibilidade de suspender o Paraguai foi descartada', afirmou a fonte.

A fonte também enfatizou que 'a maior parte dos países se pronunciou pela não suspensão do Paraguai', uma medida que havia sido requisitada por vários Estados-membros do organismo interamericano.

Fernando Lugo foi destituído da Presidência do Paraguai em 22 de junho após um 'julgamento político' no Congresso e foi sucedido por seu vice-presidente, Federico Franco, com mandato até 15 de agosto de 2013.


A fonte acrescentou que a reunião de hoje constatou 'um consenso geral para que a OEA cumpra o seu papel fundamental na América Latina de fortalecer os sistemas democráticos perante o grande desafio de apoiar o Paraguai neste momento'.

Nesse sentido, citou como exemplo dos iminentes desafios o cumprimento do calendário eleitoral no Paraguai para o pleito geral de 21 de abril de 2013, ao qual a OEA enviará observadores.

O presidente cassado, Fernando Lugo, que prevê concorrer às eleições de 2013, 'goza de garantias de liberdade e está fazendo campanha', o que demonstra que no Paraguai 'rege a normalidade total'.

O Paraguai 'vive em paz, em liberdade, e todas as instituições funcionam normalmente. Isso é uma grande demonstração de que um país pode superar uma crise e seguir transitando pelo caminho da democracia', avaliou a fonte.

Hoje mesmo, o presidente do Paraguai, Federico Franco, assegurou que em 15 de agosto de 2013 entregará o Governo ao líder que for eleito nesse pleito, no qual também serão escolhidos o vice-presidente, 17 governadores, 80 deputados, 40 senadores e legisladores departamentais (provinciais) para um período de cinco anos.

O Governo de Franco recebeu amostras da rejeição de países da região que consideram a cassação de Lugo um atentado à democracia e, por isso, o Paraguai ficará suspenso da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e do Mercosul enquanto 'não for restabelecida a ordem democrática'.

Lugo foi destituído por 'mau desempenho' de sua gestão, após 17 pessoas terem morrido durante a violenta retirada de camponeses sem-terra de um sítio no sudeste do país. EFE

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