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Obama se mostra agressivo com Romney sobre política externa

O presidente criticou o republicano sobre suas propostas para o Oriente Médio, zombando de seus apelos por mais Forças Armadas na região

Presidente Barack Obama no último debate das eleições de 2012 (Joe Skipper/Reuters)

Presidente Barack Obama no último debate das eleições de 2012 (Joe Skipper/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2012 às 05h07.

Boca Raton - O presidente norte-americano, o democrata Barack Obama, e o seu rival republicano Mitt Romney discutiram sobre a força militar dos Estados Unidos e como lidar com crises no Oriente Médio no terceiro e último debate entre eles, na noite de segunda-feira, enquanto pesquisas de intenção de voto mostram um empate a duas semanas da eleição de 6 de novembro.

Na última chance para os candidatos à presidência dos Estados Unidos apelarem a milhões de telespectadores eleitores, Obama se mostrou agressivo desde o início do debate de 90 minutos na Lynn University, em Boca Raton, na Flórida, moderado por Bob Schieffer, do CBS News.

O presidente criticou o republicano sobre suas propostas para o Oriente Médio, zombando de seus apelos para mais navios no Exército, dizendo que Romney quer levar os Estados Unidos de volta a uma postura da Guerra Fria que foi abandonada há muito tempo.

Obama teve uma resposta mordaz quando Romney disse que iria aumentar o número de navios construídos para a Marinha dos Estados Unidos, afirmando que o país normalmente deveria ter 300 e tinha apenas 285.

"Governador, nós também temos menos cavalos e baionetas", disse Obama.

Obama também disse que o candidato republicano, ao declarar a Rússia como "um inimigo geopolítico" dos Estados Unidos, queria voltar no tempo.

"A Guerra Fria já terminou há 20 anos", disse Obama olhando para Romney, na mesa que compartilhavam com o moderador. "Quando se trata de sua política externa, parece que você quer importar as políticas externas dos anos 1980." Romney, evitando cometer algum erro que prejudique sua recente ascensão nas pesquisas, disse que as políticas de Obama para o Oriente Médio e o Norte da África não estavam impedindo o ressurgimento de uma ameaça da Al Qaeda na região.

"Me atacar não é uma agenda", disse Romney. "Me atacar não é a maneira de lidar com os desafios do Oriente Médio." Os dois candidatos concordaram que os Estados Unidos devem defender Israel se o Irã atacar seu aliado-chave no Oriente Médio, mas Romney disse que vai reforçar as sanções que já estão afetando a economia iraniana.

O republicano, cujo tema central durante toda a campanha tem sido uma promessa de reconstruir a fraca economia do país, voltou repetidamente a discussão para assuntos econômicos, dizendo que a segurança nacional dependia de uma economia forte.

Mas Obama disparou de volta afirmando que o plano econômico de Romney era baseado em cortes de impostos que não tiveram o efeito desejado no passado. Romney não seria capaz de equilibrar o orçamento e aumentar a despesa militar com tal plano, disse ele.

"A matemática simplesmente não faz sentido", disse ele.


"Firmeza" com Rússia

Em relação à Rússia, Romney criticou Obama por um comentário feito por ele em um microfone aberto para o então presidente russo, Dmitry Medvedev, de que ele teria mais "flexibilidade" após a eleição de 6 novembro.

Em vez de mostrar mais flexibilidade ao atual presidente russo, Vladimir Putin, disse Romney, "vou dar a ele mais firmeza." Os dois candidatos estão empatados em 46 por cento cada um na mais recente pesquisa online diária Reuters/Ipsos. Outras pesquisas mostram um quadro semelhante.

Obama foi a Boca Raton, na Flórida, com a vantagem de ter liderado a segurança nacional e as Relações Exteriores durante os últimos três anos e meio. Ele recebe o crédito pelo fim da guerra no Iraque e pela morte do líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, em 2011.

Mas Romney teve muitas oportunidades de desviar a conversa para a questão da economia fragilizada, um tema sobre o qual os eleitores consideram que ele tem mais credibilidade.

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