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Obama quer dividir responsabilidades em direitos humanos com América Latina

Presidente chegou nesta segunda-feira ao Chile, procedente do Brasil, em uma das escalas de uma viagem que realiza pelo continente

Obama se referiu a propostas de cooperação para potenciar a colaboração econômica, como os acordos estabelecidos neste fim de semana com o Brasil (José Cruz/ABr)
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Da Redação

Publicado em 22 de março de 2011 às 12h12.

Santiago - O presidente dos EUA, Barack Obama, propôs nesta segunda-feira uma "nova era de alianças" de igualdade com a América Latina, na qual os países terão "responsabilidades compartilhadas" em aspectos como o respeito dos direitos humanos, justiça social, cooperação econômica e segurança.

Em discurso à América Latina feito do Centro Cultural do Palácio de La Moneda, em Santiago do Chile, o presidente americano prestou homenagem aos progressos da região na última década, tanto no âmbito democrático como no crescimento econômico.

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Deu assim como exemplo o Chile, onde nesta segunda-feira se reuniu com o presidente Sebastián Piñera, para indicar que "o mundo deve reconhecer a América Latina como a região dinâmica e poderosa que é".

Concretamente, destacou, o Chile serve como exemplo de transição democrática, quando os países do Oriente Médio se levantam contra os regimes autoritários e reivindicam uma mudança.

"No momento em que os habitantes do mundo buscam sua liberdade, o Chile mostra que é possível fazer a transição da ditadura à democracia e fazer pacificamente", destacou o presidente americano.

É "a América Latina que vejo hoje, uma região que avança, orgulhosa de seu progresso e pronta para assumir um papel mais importante no mundo. Por todas estas razões, considero que a América Latina é mais importante que nunca para a prosperidade e segurança dos Estados Unidos. Com nenhuma outra região os Estados Unidos têm tantos vínculos", explicou o presidente.

Perante uma audiência que incluiu vários ex-presidentes chilenos, o próprio Piñera e o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, Obama ressaltou, no entanto, que "as relações de igualdade, em troca, exigem uma responsabilidade compartilhada".

Talvez a mais importante, segundo deu a entender, é a colaboração para defender a democracia e os direitos humanos na região, em um pedido para não fraquejar em seu "apoio ao direito dos povos a decidir seu próprio futuro, incluindo o povo cubano".

No futuro "continuaremos buscando maneiras de aumentar a independência do povo cubano, que tem direito à mesma liberdade que todos os demais neste hemisfério".

Ao mesmo tempo, advertiu, o regime cubano deve tomar "medidas significativas" para respeitar os direitos básicos do povo cubano, "não porque os Estados Unidos insistem nisso, mas porque o povo cubano merece".

Obama indicou também que em alguns países "os líderes se aferram a ideologias rançosas para justificar seu próprio poder e buscam silenciar seus oponentes porque têm a audácia de exigir que se respeitem seus direitos universais. Esta também é a realidade que devemos enfrentar.


O presidente americano também pediu uma maior justiça na região, onde "perduram desigualdades abismais" e "o poder político e econômico com muita frequência está concentrado nas mãos de poucos".

Entre as propostas de cooperação lançadas pelo chefe da Casa Branca se incluiu, além disso, a luta contra o narcotráfico e para melhorar a segurança cidadã.

Assim, expressou sua disposição para uma nova aliança com os países da América Central para melhorar a segurança, em um esforço "bem coordenado e cujos fundos sejam gastos devidamente".

O presidente também se referiu a propostas de cooperação para potenciar a colaboração econômica, mediante acordos como o assinado neste fim de semana com o Brasil.

Expressou também sua intenção de antecipar conforme seus "valores e interesses" os acordos de livre-comércio assinados e pendentes de ratificação com Colômbia e Panamá.

Além disso, reiterou seu compromisso com uma reforma integral do sistema de imigração americano.

"Segurança para nossos cidadãos. Comércio e desenvolvimento que gera empregos, prosperidade e um futuro de energia limpa. Defesa da democracia e dos direitos humanos. Estas são as alianças que podemos formar juntos aqui no continente americano e ao redor do mundo", sustentou.

Obama chegou nesta segunda-feira ao Chile, procedente do Brasil, em uma das escalas de uma viagem que realiza pela América Latina, que também o levará a El Salvador.

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