Exame Logo

Obama e presidente do Irã têm contato histórico por telefone

Presidentes tiveram o contato de mais alto escalão entre os dois países em três décadas

Presidente do Irã, Hassan Rouhani: contato é um sinal do interesse de ambos os lados em chegar a um acordo sobre o programa nuclear iraniano (Fars News/Majid Hagdost/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2013 às 20h45.

Washington - Os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama , e do Irã , Hassan Rouhani, conversaram por telefone nesta sexta-feira, no contato de mais alto escalão entre os dois países em três décadas e em um sinal do interesse de ambos os lados em chegar a um acordo sobre o programa nuclear iraniano.

Obama, que manifestou enquanto candidato presidencial em 2007 sua vontade de ter contato direto com adversários dos EUA, tinha a expectativa de se reunir nesta semana com Rouhani durante a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), mas o Irã considerou que isso traria complicações políticas domésticas.

Nesta sexta-feira, porém, iranianos disseram que Rouhani estava interessado em uma conversa por telefone antes de deixar os EUA, de acordo com uma autoridade do governo, e a Casa Branca rapidamente organizou o telefonema que ocorreu às 14h30 (15h30 em Brasília) e durou cerca de 15 minutos.

Falando a repórteres, Obama disse que os dois presidentes orientaram suas equipes a trabalharem expeditamente no sentido de um acordo para a questão nuclear. Ele afirmou que se tratava de uma oportunidade única para fazer progresso com Teerã sobre uma questão que tem isolado a República Islâmica do Ocidente.

"Embora seja certo que haverá obstáculos importantes para avançar e o sucesso não esteja nada garantido, acredito que possamos atingir uma solução abrangente", disse Obama na Casa Branca.

"Então o teste serão ações significativas, transparentes e verificáveis, o que também pode trazer alívio das sanções internacionais abrangentes atualmente em vigor" contra o Irã, afirmou Obama.

Os EUA e seus aliados acusam o Irã de tentar desenvolver armas atômicas, algo que Teerã nega, insistindo que o objetivo do seu programa nuclear é apenas gerar energia com finalidades civis.


Em uma conta do Twitter atribuída a Rouhani, o presidente iraniano contou que se despediu de Obama dizendo "Tenha um bom dia!", e que o norte-americano respondeu com um "Obrigado, khodahafez (até logo, em farsi)." Ele acrescentou que os dois "expressaram seus desejos políticos mútuos para rapidamente resolver a questão nuclear." Os EUA cortaram suas relações diplomáticas com o Irã um ano após a Revolução Islâmica de 1979 que derrubou aliado de Washington, o xá Mohammad Reza Pahlavi, e levou à crise diplomática na qual 52 norte-americanos foram mantidos reféns por 444 dias.

O preço do petróleo caiu nesta sexta-feira, com o alívio das tensões entre EUA e Irã após o telefone de Obama para Rouhani.

Telefonema Histórico

A ligação, a primeira entre chefes de governo dos dois países desde 1979, ocorreu enquanto Rohani estava indo para o aeroporto após sua primeira visita à Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), de acordo com um comunicado na página oficial do presidente iraniano.

Como presidente, Rouhani é o chefe de governo, mas tem poderes limitados. O líder supremo do regime islâmico, aiatolá Ali Khamenei, tem a autoridade máxima no Irã, com a palavra final sobre questões domésticas e de política externa. Rouhani, no entanto, diz ter recebido total autonomia para negociar a questão nuclear.

Obama fez referência a essa estrutura de poder nas suas declarações e sugeriu que um acordo poderia levar àquilo que os líderes iranianos mais desejam: o fim das sanções que paralisam a economia iraniana.

"O líder supremo iraniano já emitiu uma fatwa (decreto religioso) contra o desenvolvimento de armas nucleares. O presidente Rouhani indicou que o Irã jamais irá desenvolver armas nucleares", disse Obama.

"Deixei claro que respeitamos o direito do povo iraniano de acessar a energia nuclear pacífica no contexto de o Irã cumprir suas obrigações."

Veja também

Washington - Os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama , e do Irã , Hassan Rouhani, conversaram por telefone nesta sexta-feira, no contato de mais alto escalão entre os dois países em três décadas e em um sinal do interesse de ambos os lados em chegar a um acordo sobre o programa nuclear iraniano.

Obama, que manifestou enquanto candidato presidencial em 2007 sua vontade de ter contato direto com adversários dos EUA, tinha a expectativa de se reunir nesta semana com Rouhani durante a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), mas o Irã considerou que isso traria complicações políticas domésticas.

Nesta sexta-feira, porém, iranianos disseram que Rouhani estava interessado em uma conversa por telefone antes de deixar os EUA, de acordo com uma autoridade do governo, e a Casa Branca rapidamente organizou o telefonema que ocorreu às 14h30 (15h30 em Brasília) e durou cerca de 15 minutos.

Falando a repórteres, Obama disse que os dois presidentes orientaram suas equipes a trabalharem expeditamente no sentido de um acordo para a questão nuclear. Ele afirmou que se tratava de uma oportunidade única para fazer progresso com Teerã sobre uma questão que tem isolado a República Islâmica do Ocidente.

"Embora seja certo que haverá obstáculos importantes para avançar e o sucesso não esteja nada garantido, acredito que possamos atingir uma solução abrangente", disse Obama na Casa Branca.

"Então o teste serão ações significativas, transparentes e verificáveis, o que também pode trazer alívio das sanções internacionais abrangentes atualmente em vigor" contra o Irã, afirmou Obama.

Os EUA e seus aliados acusam o Irã de tentar desenvolver armas atômicas, algo que Teerã nega, insistindo que o objetivo do seu programa nuclear é apenas gerar energia com finalidades civis.


Em uma conta do Twitter atribuída a Rouhani, o presidente iraniano contou que se despediu de Obama dizendo "Tenha um bom dia!", e que o norte-americano respondeu com um "Obrigado, khodahafez (até logo, em farsi)." Ele acrescentou que os dois "expressaram seus desejos políticos mútuos para rapidamente resolver a questão nuclear." Os EUA cortaram suas relações diplomáticas com o Irã um ano após a Revolução Islâmica de 1979 que derrubou aliado de Washington, o xá Mohammad Reza Pahlavi, e levou à crise diplomática na qual 52 norte-americanos foram mantidos reféns por 444 dias.

O preço do petróleo caiu nesta sexta-feira, com o alívio das tensões entre EUA e Irã após o telefone de Obama para Rouhani.

Telefonema Histórico

A ligação, a primeira entre chefes de governo dos dois países desde 1979, ocorreu enquanto Rohani estava indo para o aeroporto após sua primeira visita à Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), de acordo com um comunicado na página oficial do presidente iraniano.

Como presidente, Rouhani é o chefe de governo, mas tem poderes limitados. O líder supremo do regime islâmico, aiatolá Ali Khamenei, tem a autoridade máxima no Irã, com a palavra final sobre questões domésticas e de política externa. Rouhani, no entanto, diz ter recebido total autonomia para negociar a questão nuclear.

Obama fez referência a essa estrutura de poder nas suas declarações e sugeriu que um acordo poderia levar àquilo que os líderes iranianos mais desejam: o fim das sanções que paralisam a economia iraniana.

"O líder supremo iraniano já emitiu uma fatwa (decreto religioso) contra o desenvolvimento de armas nucleares. O presidente Rouhani indicou que o Irã jamais irá desenvolver armas nucleares", disse Obama.

"Deixei claro que respeitamos o direito do povo iraniano de acessar a energia nuclear pacífica no contexto de o Irã cumprir suas obrigações."

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaBarack ObamaDiplomaciaHassan RohaniIrã - PaísPersonalidadesPolíticos

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame