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Obama assina novas sanções contra regime sírio

Sanções atingem familiares do ditador Bashar al Assad e os principais serviços de espionagem do país

Barack Obama: pressão sobre o governo sírio depois do aumento da repressão aos protestos (Getty Images)

Barack Obama: pressão sobre o governo sírio depois do aumento da repressão aos protestos (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2011 às 16h51.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou nesta sexta-feira uma ordem executiva que impõe novas sanções contra familiares do presidente da Síria, Bashar al Assad, e os serviços de espionagem deste país, informou a Casa Branca.

As sanções, que respondem à violência do regime de Damasco que tenta sufocar as manifestações por reformas democráticas, incluem o congelamento de bens em território americano dos envolvidos e a proibição aos cidadãos sírios de realizar negócios com eles.

Entre os afetados pelas sanções, está o irmão mais novo de Assad, Maher, comandante da 4ª Divisão Encouraçada do Exército sírio, que desempenhou um papel-chave na repressão contra os cidadãos em Deraa, a cidade onde ocorreram as maiores manifestações contra o regime.

Também está incluído na lista Atif Najib, primo do presidente sírio, ex-líder dos serviços secretos sírios na província de Deraa em março, quando começaram as mortes de manifestantes causadas pelas forças de segurança.

As sanções também foram impostas contra o Diretório Nacional de Inteligência, serviço de espionagem interno sírio encarregado de supervisionar os cidadãos individuais e suprimir a dissidência interna, e ao diretor desta agência.

As sanções se estendem também à força Al Qods do Corpo da Guarda Revolucionária Iraniana, que a Casa Branca considera ter apoiado Damasco na repressão.

A medida não inclui o próprio presidente sírio, mas fontes da Casa Branca indicaram que essa hipótese não é descartada caso continue a repressão violenta, que causou a morte de centenas de pessoas.

Segundo a Casa Branca, Obama autorizou as sanções em represália à repressão e às violações dos direitos humanos que o regime sírio comete contra os manifestantes desde o início dos protestos há seis semanas.

Os Estados Unidos "condenam firmemente o contínuo uso da violência e a intimidação por parte do Governo da Síria contra o povo sírio".

"Pedimos ao Governo sírio e aqueles que o apoiam que se abstenham de novos atos de violência e outros abusos dos direitos humanos contra cidadãos sírios que buscam expressar suas aspirações políticas", indicou a residência presidencial.

Dezenas de milhares de sírios desafiaram nesta sexta-feira o regime de Bashar al Assad em um novo dia de protestos, batizado como "Sexta-feira da Ira", onde pelo menos 20 manifestantes morreram, segundo grupos opositores.

O maior número de mortos foi registrado na cidade de Deraa, no sul do país e epicentro das revoltas, onde 15 pessoas morreram e mais de 50 ficaram feridas, informou o movimento chamado de "A revolução síria contra Bashar al Assad".

Até agora, sexta-feira passada foi o dia mais sangrento de protestos contra o regime Assad, com saldo de 112 mortos, segundo números de ativistas da oposição.

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