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O Reino Unido dá adeus à União Europeia. O que vem agora?

A partir da noite desta sexta-feira, o Reino Unido não fará mais parte da União Europeia, que perderá a sua segunda maior economia

Boris Jonhson: o lema de “finalizar o Brexit de uma vez por todas” foi decisivo para sua vitória eleitoral em dezembro   (Ben Stansall/Pool/Reuters)

Boris Jonhson: o lema de “finalizar o Brexit de uma vez por todas” foi decisivo para sua vitória eleitoral em dezembro (Ben Stansall/Pool/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 31 de janeiro de 2020 às 06h20.

Última atualização em 31 de janeiro de 2020 às 07h02.

São Paulo — O dia da despedida, enfim, chegou. Quando os ponteiros do Big Ben marcarem 23 horas nesta sexta-feira, 31 de janeiro (20 horas no horário de Brasília), o Reino Unido estará oficialmente fora do grupo de países que formam a União Europeia.

Terão sido 47 anos de uma relação política e econômica histórica que moldou a vida dos britânicos e também dos demais europeus.

O dia de hoje deverá ser marcado por uma série de comemorações e discursos de autoridades europeias sobre o futuro do Reino Unido e da Europa.

Na economia, a União Europeia perde um parceiro importante. Depois da Alemanha, o Reino Unido tem o segundo maior Produto Interno Bruto da Europa, de aproximadamente 2,4 trilhões de euros.

A partir de agora, o Reino Unido e a União Europeia entram numa fase de transição. As atuais regras de livre comércio e a circulação de pessoas continuam valendo pelo menos até o fim de 2020.

Os dois lados têm até 31 de dezembro para chegar a um novo acordo comercial e definir como se darão as trocas de bens e serviços daqui para frente.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, espera concluir o acordo até o fim do ano, mas a expectativa é de que as negociações sejam tensas.

Como a União Europeia tem uma economia maior em relação a do Reino Unido, é provável que ela faça exigências para que os britânicos continuem tendo livre acesso ao mercado comum europeu. Portanto, uma possível extensão do prazo de transição não está descartada.

A saída dos britânicos marca uma vitória política para Johnson, que conseguiu sair vitorioso nas eleições parlamentares em dezembro, convocadas antecipadamente. Sua mensagem de “finalizar o Brexit de uma vez por todas” atraiu os eleitores cansados da novela do Brexit. O Partido Conservador, de Johnson, levou ainda os votos de trabalhadores da indústria, que costumavam votar no Partido Trabalhista.

Aprovada em um referendo em junho de 2016, a saída do Reino Unido da União Europeia marcou a política britânica nos últimos três anos e sete meses, e trouxe incertezas para as empresas e a economia britânica.

Uma estimativa do Centre for European Reform, com sede em Londres, indica que o produto interno bruto seria 2,9% maior hoje se o Reino Unido não tivesse optado pela saída. Os investimentos estão praticamente estagnados no país.

A União Europeia surgiu de um projeto para integrar a economia e os povos da Europa e foi criada com base em uma série de tratados que foram assinados gradualmente depois da Segunda Guerra Mundial.

A ideia era a de que as chances de uma nova guerra diminuiria se houvesse um intenso comércio, uma livre circulação de pessoas e uma integração política entre os países europeus. Os países então fizeram acordos comerciais, abriram suas fronteiras e até adotaram uma moeda única.

A saída do Reino Unido marca um revés nesse processo de integração europeia. Agora, a dúvida que fica é se o projeto europeu continuará se aprofundando, mesmo sem os britânicos.

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