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O que se espera do Reino Unido após sair da União Europeia?

O governo insiste que seus objetivos de longo prazo permanecem

"Agora que o Reino Unido global voltou, é hora dos fabricantes, homens e mulheres de ação e os inovadores nos ajudarem a escrever nosso capítulo mais emocionante até hoje" (Toby Melville/Reuters)

"Agora que o Reino Unido global voltou, é hora dos fabricantes, homens e mulheres de ação e os inovadores nos ajudarem a escrever nosso capítulo mais emocionante até hoje" (Toby Melville/Reuters)

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AFP

Publicado em 24 de dezembro de 2020 às 15h23.

Última atualização em 24 de dezembro de 2020 às 17h05.

Um futuro fantástico, como prevê Boris Johnson, ou um salto arriscado ao desconhecido, como temem os críticos ao Brexit? Depois de quase 50 anos na União Europeia, o Reino Unido abre um novo capítulo solitário em 1º de janeiro de 2021.

O que mudará em 1º de janeiro?

O Reino Unido deixou oficialmente a UE em 31 de janeiro de 2020, mas continuou aplicando suas normas durante um período de transição que terminou em 31 de dezembro. A partir de 2021, o país voltará a andar sozinho.

Com a confirmação nesta quinta-feira de que Londres e Bruxelas conseguiram chegar a um acordo comercial ao final de longas e difíceis negociações no último minuto, a perspectiva de tarifas e cotas para mercadorias que cruzam o Canal da Mancha será eliminada.

Porém, mesmo com um acordo, o futuro está longe de ser perfeito. Os exportadores britânicos terão de apresentar novos documentos alfandegários para provar que seus produtos são aptos para o mercado único europeu.

Londres convidou as empresas a se prepararem, mas as indústrias dizem que o governo falhou em fornecer a tempo sistemas de TI e pessoal de apoio, aumentando o risco de caos.

O que é "Global Britain"?

Defendendo a ideia de um "Reino Unido global", Londres busca revitalizar suas relações bilaterais com o resto do mundo, especialmente com seu "aliado mais próximo e importante", os Estados Unidos, nas palavras de Johnson.

Mas ele perdeu um trunfo com a derrota de Donald Trump, um entusiasta do Brexit. E a pandemia do novo coronavírus atingiu fortemente a economia britânica, ameaçando o futuro prometido pelo primeiro-ministro conservador.

A ideia é que o Reino Unido não se feche sobre si mesmo, mas esteja aberto ao exterior para firmar acordos de livre comércio em todo o mundo.

"Agora que o Reino Unido global voltou, é hora dos fabricantes, homens e mulheres de ação e os inovadores nos ajudarem a escrever nosso capítulo mais emocionante até hoje", declarou a ministra do Comércio Internacional, Liz Truss, em outubro, prometendo futuras exportações de todos os tipos de produtos britânicos, de cremes a robôs.

O Reino Unido já assinou acordos comerciais pós-Brexit com Japão, Canadá, Suíça, Singapura e vários países latino-americanos liderados pelo México e Chile. E está negociando com Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia, entre outros.

Os acordos em preparação ou concluídos, incluindo o firmado com a UE, representam 80% do comércio exterior britânico até 2022, segundo o governo, que remodelou o ministério das Relações Exteriores para integrar sua generosa ajuda ao desenvolvimento na agenda diplomática britânica.

O que acontecerá com o Reino Unido?

O governo insiste que seus objetivos de longo prazo permanecem e que o dinheiro que Londres contribuiu até agora para o orçamento europeu será melhor gasto em solo britânico.

O governo garante que a conclusão de acordos comerciais não prejudicará questões fundamentais como saúde pública ou as normas agroalimentares, especialmente em suas negociações com os Estados Unidos.

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