A China deve dar uma amostra de quão bem caminha a sua indústria esta noite, quando divulga o relatório com os dados da produção industrial do de janeiro e fevereiro. O país consolida os dados dos dois meses em virtude do feriado do Ano Novo Chinês, que mantém a economia parada por cerca de uma semana.

É esperado um aumento de 6,2% em relação ao mesmo bimestre do ano passado, um aumento de 0,2 ponto percentual em relação à medição de dezembro. Os investimentos em ativos devem ter crescido 8,3% na comparação com o ano passado. Analistas e investidores também devem ficar de olho em dados divulgados em paralelo à produção industrial, que devem dar uma luz sobre o mercado imobiliário chinês. A preocupação é que uma queda mais acentuada no mercado de imóveis poderia ameaçar os planos do governo de um crescimento econômico na casa dos 6,5% ao final de 2017.

O dado é positivo e deve sugerir que a economia da China está estável onde é mais forte, algo que permanecia em xeque nas análises até então. Se a indústria está mais estabilizada, Pequim pode focar em problemas domésticos e reforçar seus incentivos à expansão em novos setores da economia, notadamente o de serviços. O país afirmou que pretende implementar uma política fiscal mais proativa este ano, mas que deve pisar no freio em termos de política monetária, para prevenir bolhas e diminuir os riscos financeiros.

Se a produção realmente aumentar no ritmo previsto, é boa notícia para o Brasil. Por aqui, companhias que exportam para a China, especialmente commodities, como o minério de ferro, devem se beneficiar de uma indústria chinesa mais ativa, que deve continuar a demanda por insumos. Para nós, quanto mais indústria, e menos serviço, melhor.