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O novo enredo da economia mexicana

Até pouco tempo, o México parecia uma das raras esperanças de prosperidade na América Latina. Enquanto a região deve sofrer retração de 0,6% este ano, o país cresce 2,1%, de acordo com previsões do FMI. É superado apenas pela Colômbia, que deve avançar 2,2%. No último dia 31 de outubro, o país divulgou seus resultados […]

Cerca separa México e Estados Unidos, na cidade de Tijuana; taxação de produtos foi retaliação à suposta ineficiência do México em conter migração (Jorge Duenes/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2016 às 19h24.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h17.

Até pouco tempo, o México parecia uma das raras esperanças de prosperidade na América Latina. Enquanto a região deve sofrer retração de 0,6% este ano, o país cresce 2,1%, de acordo com previsões do FMI. É superado apenas pela Colômbia, que deve avançar 2,2%. No último dia 31 de outubro, o país divulgou seus resultados do terceiro trimestre: avanço de 1% em relação ao período anterior, superando as expectativas dos analistas. Nesta quarta-feira, uma revisão do resultado deve confirmar os bons ventos.

Estaria tudo bem, se não houvesse um Donald Trump no caminho. A eleição do presidente americano, que prometeu construir um muro na fronteira entre os dois países, impacta – e muito – os mexicanos. Logo após o resultado, o banco central aumentou as taxas de juros em 0,5 ponto percentual, chegando a 5,25%. Uma nova alta pode ocorrer ainda este ano, para tentar recuperar o valor da moeda. De janeiro para cá, o peso mexicano desvalorizou 30%.

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Os americanos compram 80% das exportações do país, volume em risco se o Nafta, o acordo de livre comércio com Estados Unidos e Canadá, for de fato revisto. Trump afirmou ainda que vai se retirar da Parceria Transpacífico, o acordo de livre comércio em gestação e que reúne 40% da economia mundial – inclusive o México.  Na terça-feira, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, afirmou que “o TPP não faz sentido sem os Estados Unidos”.

Apesar dos insultos, Peña Nieto está aberto ao diálogo, com disposição para conversar com Trump sobre uma “nova agenda” entre os dois países. Para manter a abertura, o México pode até rever a legislação trabalhista, uma vez que Trump defende o protecionismo alegando que americanos estão perdendo empregos para mão-de-obra mais barata. Uma coisa é certa: é bom os mexicanos aproveitarem a bonança que resta em 2016, porque os próximos anos devem ter enredo tão dramático quanto o de suas novelas.

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