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Número de vítimas de terremoto na China chega a 589

Após a conclusão da primeira etapa dos trabalhos de resgate das vítimas do terremoto que devastou o sudoeste da China, o saldo é de 589 mortos

Equipes de resgate trabalham no distrito de Yiliang, província de Yunnan, na China (AFP)
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Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2014 às 12h47.

Pequim - Após a conclusão da primeira etapa dos trabalhos de resgate das vítimas do terremoto que devastou o sudoeste da China , a qual aborda os três primeiros dias e aparece como a mais crucial, o número de mortos chegou a 589, informaram nesta quarta-feira a imprensa local.

De acordo com a agência oficial "Xinhua", entre as vítimas, 504 se encontravam no condado de Ludian, o mais afetado pelo terremoto de 6,5 graus na escala Richter que atingiu a região no último domingo.

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O distrito citado se encontra na província de Yunnan, onde ainda há nove pessoas desaparecidas e outras 1.300 hospitalizadas.

Essa última apuração vem à tona em um momento em que se dão por concluídas as 72 horas posteriores à catástrofe, conhecidas como a "etapa de ouro ou dourada do resgate", na qual há mais possibilidades de encontrar possíveis sobreviventes.

"As primeiras 72 horas após um desastre são fundamentais", disse o diretor da agência de assistência aos desastres do Ministério de Assuntos Civis da China, Pang Chenmin, pouco antes do registro do milagre do dia: o resgate de uma mulher de 50 anos que passou mais de 67 horas presa entre os escombros.

A mulher em questão, identificada como Liao Tengcui, apresenta ferimentos na cintura, na cabeça e também não consegue mover a perna esquerda, embora estivesse consciente no momento em que foi resgatada em uma zona próxima ao epicentro do terremoto, segundo um membro da equipe de resgate internacional à "Xinhua".

Além disso, dois octogenários da cidade de Babao, também situada próximo ao epicentro, se mostravam em condições estáveis após serem resgatados mais de 50 horas depois do desastre.

Com o objetivo de assegurar o resgate de possíveis sobreviventes, levando em consideração a melhora das condições climáticas nas últimas horas, as autoridades chinesas aconselharam hoje os voluntários não profissionais a não entrarem na zona do terremoto para não atrapalhar a circulação das equipes.

No entanto, é muito difícil fazer com que os familiares atendam estas medidas, já que muitos se encontram nesta missão desde o momento do terremoto.

Entre eles, Wang Qiyong, de 32 anos e um dos sobreviventes, que se mostrava desesperado ao ser impedido de levar água e mantimentos aos seus pais no local do epicentro.

Com as provisões empacotadas em cima de sua motocicleta, Wang disse ao jornal "South China Morning Post" que as autoridades bloquearam o tráfego para dar prioridade às ambulâncias e aos caminhões de abastecimento médico.

"Esses caminhões não passam aí. Estou tentando salvar meus pais, mas não posso chegar até eles", lamentou o jovem em declarações ao jornal citado.

Além da restrição às áreas mais afetadas, o governo provincial pediu aos voluntários entrarem em contato com as autoridades, caso queiram efetuar doações, e para procurar grupos de caridade registrados oficialmente.

Por outro lado, as equipes médicas reclamam da falta de material para atender os feridos nos hospitais de campanha instalados nas zonas afetadas e alertam sobre a necessidade de transferir alguns deles para melhores centros médicos, já que muitos precisam passar por delicadas cirurgias.

Ontem, ao visitar a região da tragédia, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, assegurou que os doentes mais graves serão transferidos e pediu para todas as equipes "não interromperem as buscas de sobreviventes e desaparecidos".

Diante do início da segunda fase do resgate, na qual é pouco provável achar sobreviventes devido à questão do tempo, as equipes seguem trabalhando contra o relógio e com melhores condições meteorológicas, mas ainda com medo de possíveis réplicas do terremoto.

As autoridades comunistas justificaram o grande número de mortos com base na fragilidade das construções, na pouca profundidade do terremoto - só 12 quilômetros - e na considerável densidade populacional da região, muito superior à média provincial, enquanto alguns residentes criticam a falta de investimento em Ludian, uma das regiões mais pobres de China.

Zhang Junwei, diretor da administração contra terremotos de Yunnan, afirmou hoje que a maioria das infraestruturas e lares da província não possui resistência contra terremotos e que isso "poderia ter produzido menos danos e menos mortes", como afirmou à "Xinhua".

Em Ludian, a zona mais devastada pelo tremor, cerca de 60% dos agricultores vivem com menos de US$ 1 por dia, quantia abaixo do umbral da pobreza (US$ 2 por dia, segundo o Banco Mundial), e muitas de suas casas são construídas com estruturas de barro.

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