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Número de civis mortos aumenta 17% em 6 meses no Afeganistão

Nos seis primeiros meses do ano, perderam a vida 1.564 civis, enquanto número de feridos chegou a 3.289, aponta relatório da ONU. Crianças mortas somam 295

Soldados da Otan no Afeganistão: EUA diz que manterá cerca de 9,8 mil soldados no país (Brendan Smialowski/AFP)
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Da Redação

Publicado em 9 de julho de 2014 às 10h20.

Cabul - O número de mortos civis aumentou 17% na primeira metade de 2014 com relação ao ano anterior no Afeganistão, onde a retirada das tropas da Otan se aproxima de seu fim, informou nesta quarta-feira a ONU .

Nos seis primeiros meses do ano, perderam a vida 1.564 civis, enquanto a porcetagem de feridos aumentou 28% até os 3.289, de acordo com um relatório sobre a proteção de civis elaborado pela Missão de Assistência da ONU no Afeganistão (Unama).

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'A natureza do conflito está mudando em 2014 com a escalada dos enfrentamentos em zonas povoadas por civis', afirmou em comunicado o diretor da Unama, Jan Kubis, que acrescentou que o impacto em crianças e mulheres não tem 'precedentes'.

O número de crianças mortas ficou situado em 295, um aumento de 21 em comparação com o mesmo período do ano anterior. Já os menores feridos chegaram a 776.

Por outro lado, a porcentagem de mulheres falecidas ou feridas aumentou 24% com 148 vítimas mortais e 292 afetadas.

Os choques em zonas povoadas foram responsáveis por dois de cada cinco mortos ou feridos no país asiático, o que representa 39% do total e um aumento de 89% se comparado com 2013.

Os foguetes e os morteiros mataram e feriram mais civis nestes seis meses do que as minas e os artefatos explosivos improvisados (IED, em sua sigla em inglês), até agora as principais causas de mortalidade no conflito para os não combatentes.

Assim, 474 pessoas faleceram quando granadas ou foguetes alcançaram suas casas ou os campos nos quais trabalhavam, enquanto em 2013 o número se situou em 219.

A Unama atribuiu 74% dos mortos ou feridos a ações da insurgência talibã e outros grupos opositores, 9% a forças estatais e 1% às tropas internacionais.

Os dados mostram uma preocupante situação no país asiático depois que no ano passado as forças de segurança afegãs foram responsáveis pela segurança perante a retirada das tropas da Otan no Afeganistão (Isaf) prevista para finais de 2014.

Os Estados Unidos anunciaram que apesar da retirada internacional, manterá cerca de 9,8 mil soldados no país até completar sua saída total no final de 2016.

Além disso, o país se encontra imerso em uma crise política com a rejeição do candidato das eleições presidenciais Abdullah Abdullah à vitória de seu oponente Ashraf Gani por suposta fraude. EFE

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