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Novo vazamento não tem potencial de tragédia, diz ANP

Segundo o órgão, isso não elimina o risco da Chevron perder a concessão no campo

O órgão regulador e fiscalizador ainda não tem uma resposta sobre as causas do incidente (Divulgação/Chevron Brasil Petróleo)

O órgão regulador e fiscalizador ainda não tem uma resposta sobre as causas do incidente (Divulgação/Chevron Brasil Petróleo)

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Da Redação

Publicado em 22 de março de 2012 às 16h20.

São Paulo - O novo vazamento de óleo detectado na área do Campo de Frade, no Rio de Janeiro, operado pela petrolífera americana Chevron, não tem potencial para se tornar uma "tragédia", considerou nesta quinta-feira o assessor da diretoria-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Sílvio Jablonski, em audiência no Senado. Ainda assim, a empresa corre o risco de perder a concessão no campo.

Segundo ele, o vazamento encontrado é de gotículas de óleo, que estão sendo recolhidas por equipamentos instalados pela empresa no local. "Sobrevoos diários não indicam nada de anormal. Além disso, robôs no fundo do mar estão observando os pontos e não percebemos nada de trágico", afirmou o assessor.

De acordo com Jablonski, o órgão regulador e fiscalizador ainda não tem uma resposta sobre as causas do incidente. "Temos nove hipóteses, incluindo a possibilidade de ser óleo do vazamento anterior", afirmou, referindo-se ao vazamento identificado no mesmo campo em novembro do ano passado. "Mesmo que não tenhamos causa estabelecida para o segundo incidente, não se trata de nada catastrófico, até porque reservatório tem pouco óleo", completou.

Ainda assim, ele lembrou que a Chevron continua sendo investigada pelo vazamento de novembro de 2011. A ANP concluiu recentemente um relatório que indica que a companhia fez uma avaliação errada sobre a necessidade de revestimento interno do poço, o que trouxe risco operacional para a exploração. "A situação poderia ser evitada se o revestimento fosse mais extenso, por mais 300 ou 400 metros. Mesmo se houvesse ruptura, esse óleo não teria condições de chegar ao oceano", detalhou.

Jablonski lembrou que a empresa ainda tem 15 dias para responder ao relatório, para que a ANP possa deliberar sobre o vazamento do ano passado. "Multa é uma das penalidades possíveis, mas isso não afasta possibilidade de se exigir a mudança do operador da concessão ou até mesmo que se opte pela rescisão do contrato", concluiu.

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