Mundo

Novo presidente paraguaio faz seu juramento

O juramento dos nove ministros, a maioria do Partido Liberal, aconteceu no mesmo momento em que terminava a entrevista coletiva de Lugo

Novo presidente do Paraguai, Federico Franco: Lugo nega a legitimidade do governo de Franco (Reuters/Mario Valdez)

Novo presidente do Paraguai, Federico Franco: Lugo nega a legitimidade do governo de Franco (Reuters/Mario Valdez)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2012 às 14h10.

Assunção - O novo presidente do Paraguai, o liberal Federico Franco, fez o juramento de seu cargo nesta segunda-feira em uma cerimônia realizada no palácio presidencial, enquanto o ex-mandatário Fernando Lugo dava uma entrevista coletiva para reiterar sua intenção de retomar o poder.

O juramento dos nove ministros, a maioria do Partido Liberal, aconteceu no mesmo momento em que terminava a entrevista coletiva de Lugo após a criação de um gabinete paralelo que, segundo Lugo, será encarregado de "monitorar" os novo governo.

Só dois dos novos ministros de Franco, os da Agricultura, Enzo Cardozo; e da Indústria, Francisco Rivas, faziam parte do Executivo de Lugo, que foi destituído na última sexta-feira em um "julgamento político" do Legislativo. Apesar desta decisão, Lugo nega a legitimidade do governo de Franco.

Os demais ministros do novo Executivo paraguaio são: José Fernández, das Relações Exteriores; Carmelo Caballero, do Interior; Horacio Galeano Perrone, de Educação e Cultura; Enrique Salyn Buzarquis, de Obras Públicas, e María Liz García, da Defesa Nacional, a primeira mulher a ocupar este cargo no país.

Também assumiram os ministros de Saúde Pública, Antonio Arbo, e da Justiça e Trabalho, María Segóvia.


Cinco ministros escolhidos para o novo governo pertencem ao Partido Liberal, enquanto o titular da Educação está inscrito no Partido Colorado e o da Defesa no "oviedista" Unace, segundo a imprensa local.

O ato oficial demorou 15 minutos para começar justamente quando Lugo terminava sua entrevista coletiva na sede do minoritário Partido País Solidário, do esquerdista Frente Guazú. Na ocasião, o ex-presidente paraguaio insistiu em dizer que foi vítima de "um golpe de Estado parlamentar" e que Franco "não tem nenhuma autoridade".

O ex-bispo disse que haverá mais reuniões como a de hoje, do chamado "gabinete pela restauração democrática", para reunir "todas as forças que querem resistir" à tomada de poder por parte de Franco.

"Queremos nos transformar em fiscais observadores para monitorar os novos ministros", comentou Lugo, que ressaltou que buscarão a "restituição da ordem democrática" com apoio de uma resistência cidadã pacífica.

A maioria dos colaboradores que participaram da reunião com Lugo são ministros e secretários de seu Executivo e pertencentes à Frente Guazú, que sustentava o Governo do presidente destituído junto ao Partido Liberal.

Lugo também revelou que conversou com a presidente argentina, Cristina Kirchner, para assegurar sua participação na Cúpula do Mercosul, que será realizada nos dias 28 e 29 na cidade de Mendoza, uma reunião que o Paraguai acabou sendo excluído.

"O presidente Lugo está solicitando sua presença nessa reunião para poder explicar o que ocorreu no Paraguai", disse o próprio ex-mandatário.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaFederico FrancoImpeachmentParaguaiPolítica

Mais de Mundo

Violência após eleição presidencial deixa mais de 20 mortos em Moçambique

38 pessoas morreram em queda de avião no Azerbaijão, diz autoridade do Cazaquistão

Desi Bouterse, ex-ditador do Suriname e foragido da justiça, morre aos 79 anos

Petro anuncia aumento de 9,54% no salário mínimo na Colômbia