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Novo presidente deve combater mercado informal

Custos do trabalhador formal ainda são onerosos para o empregador

Redução dos encargos trabalhistas e investimento na qualificação da mão de obra seriam soluções para reduzir informalidade (Arquivo/VEJA)

Redução dos encargos trabalhistas e investimento na qualificação da mão de obra seriam soluções para reduzir informalidade (Arquivo/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h43.

Brasília - A informalidade no mercado de trabalho foi um dos principais problemas apontados por sindicalistas e empresários a ser enfrentado pelo próximo presidente. O economista da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Fábio Bentes, disse que o país já avançou muito na tentativa de reverter esse quadro, mas há alguns setores nos quais ela persiste.

"Determinados setores como o agrícola e o de serviços, a informalidade ainda é muito grande. Então, formalizar o trabalhador que está nesse mercado, colocar mais trabalhadores formais no mercado é certamente um desafio importante", disse.

Ele afirmou, ainda, que, para reduzir a informalidade, será preciso dar incentivos tanto aos trabalhadores como aos empresários. Bentes disse que, para os trabalhadores, o emprego formal traz uma série de benefícios fornecidos pelo Estado. Para o empresário, a vantagem do trabalhador formalizado é que ele é normalmente mais qualificado. Ele, no entanto, admite que o custo de contratação de um trabalhador ainda é muito alto.

"O custo de contratação é muito alto e os encargos na folha de pagamento são muito altos. O governo vai ter que, de alguma forma, tentar reduzir esses encargos para que se tenha uma contratação mais fácil e a manutenção dos empregos formais seja mais sustentável no longo prazo", explicou.

O secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Quintino Severo, também reconhece que houve um grande avanço na formalização dos trabalhadores, mas quase metade deles ainda está no mercado informal. Para ele, tem de haver financiamento público para que as empresas possam melhorar o seu parque industrial e, com isso, contratar mais trabalhadores.

"Tem de haver garantia de que a empresa que está contratando faça essa contratação com formalização da mão de obra. Isso tem que estar acompanhado de um processo tanto de investimento, de financiamento, quanto da formação profissional, que, na minha opinião, está ligada à formalização da mão de obra", afirmou.


A manutenção da expansão do emprego formal é outra preocupação. De acordo com Bentes, esse também será um dos maiores desafios do próximo presidente. “ A gente deve fechar esse ano com um recorde de empregos formais no Brasil, com mais de 2 milhões de empregos, o que é inédito. A gente não espera que esse ritmo se repita nos anos subsequentes. O principal desafio é manter o crescimento próximo desse patamar”, observou.

A qualificação da mão de obra também foi um ponto levantado pelo secretário-geral da CUT. De acordo com Severo, desde a década de 1990, houve mudanças tecnológicas em várias áreas que não foram acompanhadas pelos trabalhadores.

“Grande parte do nosso país não acompanhou essas mudanças no que diz respeito a essa qualificação da mão de obra para atender esse mercado de trabalho com novas tecnologias e novos métodos. O Brasil investiu muito pouco na qualificação e adequação a essa nova situação. Agora, isso começa a aparecer”, analisou.

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