Novo Código Penal da Indonésia pune práticas de magia negra
Com a medida, o governo tenta reduzir a extensa influência que esta prática tem na sociedade
Da Redação
Publicado em 9 de abril de 2013 às 12h18.
Jacarta - A magia negra será penalizada na Indonésia por conta de uma nova legislação elaborada pelo governo para tentar reduzir a extensa influência que esta prática tem na sociedade.
O novo regulamento estabelece que qualquer pessoa culpada por praticar magia negra a fim de causar doenças, sofrimentos físicos ou psíquicos ou inclusive a morte, terá que enfrentar penas de até cinco anos de prisão e multas de até 300 milhões de rúpias (R$ 60 mil). E se o feiticeiro receber uma remuneração econômica, a sanção pode ser aumentada em 1/3.
No entanto, a denominada magia branca seguirá sendo lícita no Código Penal elaborado pelo Ministério da Justiça e que o governo já apresentou ao Parlamento para sua aprovação.
Embora um grande número de indonésios acredite na magia negra, muitos cidadãos incrédulos temem que a penalização sirva como combustível para aqueles que reivindicam os poderes das trevas.
Bayyinah Utami, uma jovem publicitária de Jacarta, afirmou à Agência Efe que incluir um termo "tão abstrato" como a magia negra no Código Penal é "perigoso".
"Primeiro devem definir o que é entendido por magia negra, como provar seu uso com provas verossímeis", disse Utami.
A extensa crença em magia negra transcende as diferenças religiosas na Indonésia, onde cerca de 85% da população professa o islã.
Na ilha de Java, a magia negra é conhecida como "ilmu hitam" e conta com grande prestígio, por isso existem vários mercados que vendem ao ar livre remédios e poções.
Um dos maiores mercados fica na cidade de Yogyakarta e ali é possível adquirir talismãs, conjurar feitiços e falar com especialistas em atividades paranormais.
"O ilmu hitam só funciona se você acreditar no seu poder", explicou à Efe Adi, um dançarino de Bali estabelecido em Yogyakarta e habitual consumidor de poções.
No citado mercado de Yogyakarta é possível adquirir amuletos de influência hinduísta, árabe ou javanesa como os "susuk", pequenas peças de metal que são inseridas sob a pele para proteger dos maus espíritos e doenças.
Os vendedores advertem ao cliente que o "susuk" tem que ser ativado por um feiticeiro que tenha estudado magia negra para que funcione.
Nos postos é possível comprar também pedras preciosas que absorvem maus espíritos, adagas com poderes mágicos e óleos para beleza, força e inteligência.
O novo Código Penal, seguindo a mentalidade conservadora da revisão realizada pelo Ministério da Justiça, segundo alguns especialistas, também castiga a convivência fora da instituição do casamento com até um ano de prisão.
Até o momento, esta prática era mal vista pela maioria da sociedade indonésia, mas não infringia nenhuma lei.
O adultério também será punido de acordo com o novo regulamento com até cinco anos de prisão, uma pena muito mais dura do que os nove meses atuais.
"O adultério é o início de muitos problemas sociais. As penas devem dissuadir os infratores e nove meses não são suficientes", declarou à imprensa local Khatibu Wiranu, deputado do governante Partido Democrático.
A revisão do código gerou uma forte polêmica na sociedade civil e várias associações indonésias disseram que a proposta é medieval e fora de lugar.
O diretor do Instituto de Ajuda Legal de Jacarta, Febionista, assegurou que a reforma contradiz o compromisso do governo com os direitos humanos e é um sinal do aumento da influência do islã na política do país asiático.
O atual Código Penal da Indonésia sucede o redigido em 1918 e que foi objeto de leves reformas em 1958.
Jacarta - A magia negra será penalizada na Indonésia por conta de uma nova legislação elaborada pelo governo para tentar reduzir a extensa influência que esta prática tem na sociedade.
O novo regulamento estabelece que qualquer pessoa culpada por praticar magia negra a fim de causar doenças, sofrimentos físicos ou psíquicos ou inclusive a morte, terá que enfrentar penas de até cinco anos de prisão e multas de até 300 milhões de rúpias (R$ 60 mil). E se o feiticeiro receber uma remuneração econômica, a sanção pode ser aumentada em 1/3.
No entanto, a denominada magia branca seguirá sendo lícita no Código Penal elaborado pelo Ministério da Justiça e que o governo já apresentou ao Parlamento para sua aprovação.
Embora um grande número de indonésios acredite na magia negra, muitos cidadãos incrédulos temem que a penalização sirva como combustível para aqueles que reivindicam os poderes das trevas.
Bayyinah Utami, uma jovem publicitária de Jacarta, afirmou à Agência Efe que incluir um termo "tão abstrato" como a magia negra no Código Penal é "perigoso".
"Primeiro devem definir o que é entendido por magia negra, como provar seu uso com provas verossímeis", disse Utami.
A extensa crença em magia negra transcende as diferenças religiosas na Indonésia, onde cerca de 85% da população professa o islã.
Na ilha de Java, a magia negra é conhecida como "ilmu hitam" e conta com grande prestígio, por isso existem vários mercados que vendem ao ar livre remédios e poções.
Um dos maiores mercados fica na cidade de Yogyakarta e ali é possível adquirir talismãs, conjurar feitiços e falar com especialistas em atividades paranormais.
"O ilmu hitam só funciona se você acreditar no seu poder", explicou à Efe Adi, um dançarino de Bali estabelecido em Yogyakarta e habitual consumidor de poções.
No citado mercado de Yogyakarta é possível adquirir amuletos de influência hinduísta, árabe ou javanesa como os "susuk", pequenas peças de metal que são inseridas sob a pele para proteger dos maus espíritos e doenças.
Os vendedores advertem ao cliente que o "susuk" tem que ser ativado por um feiticeiro que tenha estudado magia negra para que funcione.
Nos postos é possível comprar também pedras preciosas que absorvem maus espíritos, adagas com poderes mágicos e óleos para beleza, força e inteligência.
O novo Código Penal, seguindo a mentalidade conservadora da revisão realizada pelo Ministério da Justiça, segundo alguns especialistas, também castiga a convivência fora da instituição do casamento com até um ano de prisão.
Até o momento, esta prática era mal vista pela maioria da sociedade indonésia, mas não infringia nenhuma lei.
O adultério também será punido de acordo com o novo regulamento com até cinco anos de prisão, uma pena muito mais dura do que os nove meses atuais.
"O adultério é o início de muitos problemas sociais. As penas devem dissuadir os infratores e nove meses não são suficientes", declarou à imprensa local Khatibu Wiranu, deputado do governante Partido Democrático.
A revisão do código gerou uma forte polêmica na sociedade civil e várias associações indonésias disseram que a proposta é medieval e fora de lugar.
O diretor do Instituto de Ajuda Legal de Jacarta, Febionista, assegurou que a reforma contradiz o compromisso do governo com os direitos humanos e é um sinal do aumento da influência do islã na política do país asiático.
O atual Código Penal da Indonésia sucede o redigido em 1918 e que foi objeto de leves reformas em 1958.