Novo choque da covid pode pegar mercado financeiro desprevenido
Enquanto países da Europa anunciam novas restrições que incluem lockdown total, instituições financeiras ignoram a pandemia em reatórios de riscos para 2022
Bloomberg
Publicado em 20 de novembro de 2021 às 08h48.
Última atualização em 20 de novembro de 2021 às 09h39.
Um novochoqueda pandemia pode pegar operadores e estrategistas de investimento desprevenidos.
Enquanto países da Europa anunciam novas restrições que incluem lockdown total, relatórios de pesquisa que destacam riscos e oportunidades para 2022 parecem ignorar completamente o coronavírus. A palavra “lockdown” nem mesmo é mencionada em previsões para a Europa no ano que vem divulgadas pelo Goldman Sachs e Morgan Stanley.
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Em levantamento do Bank of America esta semana, gestores de fundos classificaram a Covid-19 como apenas o quinto maior risco de cauda, sendo que apenas 5% mostraram preocupação sobre o possível impacto nos mercados. Inflação, aumento dos juros pelos bancos centrais, estagnação do crescimento chinês e bolhas de ativos estão no topo da lista.
Em relatório de 72 páginas sobre as perspectivas para 2022 divulgado esta semana, a UBS Global Wealth Management afirma que seu cenário central é que a atual onda da pandemia “não se intensifique a ponto de novos lockdowns serem necessários”. O relatório foi publicado um dia antes das restrições da Áustria e alertas de que a Alemanha pode ter que seguir pelo mesmo caminho.
Os mercados acionários europeus ainda sinalizam otimismo. Enquanto ações de viagens e lazer registraram forte queda com as notícias, o índice de referência Europe Stoxx 600 perdeu apenas 0,6% na sexta-feira, muito longe do pânico do mercado causado pelos lockdowns do ano passado.
Um relatório do HSBC de outubro detalhando o que poderia dar errado em 2022 talvez ajude a explicar a reação mais tranquila. Uma nova onda de Covid não precisa ser necessariamente uma má notícia para os mercados, porque “os sinais de superaquecimento da demanda podem desaparecer, o que reduziria a preocupação em torno da estagflação e do aperto prematuro dos bancos centrais”, escreveram estrategistas liderados por Max Kettner.