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Nova Zelândia: atirador é acusado formalmente por homicídio

O atirador se identificou como supremacista branco e queria vingar ataques na Europa perpetrados por muçulmanos

Massacre a tiros em mesquita de Al Noor, na Nova Zelândia (Martin Hunter/Reuters)

Massacre a tiros em mesquita de Al Noor, na Nova Zelândia (Martin Hunter/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de março de 2019 às 10h53.

Christchurch, Nova Zelândia - O australiano Brenton Tarrant, preso após disparos que mataram ao menos 49 pessoas em duas mesquitas na Nova Zelândia, compareceu a um tribunal neozelandês e foi formalmente acusado de assassinato. Enquanto isso, os neozelandeses prestaram solidariedade aos muçulmanos em todo o país neste sábado.

Dois guardas armados levaram Tarrant à corte. Ele não demonstrou nenhuma expressão quando o juiz do Tribunal Distrital Paul Kellar leu a acusação de assassinato para ele. A aparição no tribunal durou apenas um minuto, e ele foi levado de volta algemado. Tarran foi ordenado a voltar ao tribunal novamente em 5 de abril. Depois que ele saiu do local, o juiz disse que, embora "uma acusação de assassinato tenha sido trazida no momento, é razoável supor que haverá outras".

O atirador publicou um manifesto de 74 páginas no Facebook no qual ele se identificou como Tarrant e disse que ele era um australiano de 28 anos de idade e supremacista branco que queria vingar ataques na Europa perpetrados por muçulmanos.

Neste sábado, neozelandeses acenderam velas e colocaram flores em memoriais improvisados na cidade de Christchurch. Alguns enlutados abraçaram seus vizinhos, enquanto outros permaneceram em silêncio em locais no centro da cidade, não muito longe das duas mesquitas onde ocorreram os disparos.

A primeira-ministra Jacinda Ardern disse que o atirador, um nativo australiano, escolheu atacar na Nova Zelândia "porque nós representamos diversidade, bondade, compaixão".

Neozelandeses ofereceram carona ou companhia para caminhar aos seus vizinhos muçulmanos que não se sentissem seguros. "O amor sempre vence o ódio. Muito amor para nossos irmãos muçulmanos", dizia um cartão escrito à mão em uma parede com flores em uma parte histórica da cidade.

Ainda assim, os muçulmanos foram aconselhados a ficar longe das mesquitas, enquanto o alerta de segurança do país permanecia no segundo nível mais alto um dia após os ataques. Trinta e nove sobreviventes permaneciam hospitalizados no sábado, com 11 gravemente feridos. As atualizações demoravam a chegar, e muitas famílias ainda aguardavam para saber se seus entes queridos estavam entre as vítimas.

O presidente dos EUA, Donald Trump, minimizou qualquer ameaça representada pelo nacionalismo branco racista depois que o atirador acusado do massacre da mesquita da Nova Zelândia chamou o presidente de "um símbolo de identidade branca renovada". Trump expressou simpatia pelas vítimas que morreram em "locais de culto transformados em cenas de um assassinato brutal".

Mas ele se recusou a se juntar às expressões de crescente preocupação com o nacionalismo branco. Questionado se pensava que era uma ameaça crescente no mundo, ele respondeu que não. "Eu acho que é um pequeno grupo de pessoas que tem problemas muito, muito sérios, eu acho", disse Trump.

"Se você olhar o que aconteceu na Nova Zelândia, talvez seja o caso. Eu não sei o suficiente sobre isso ainda. Mas é certamente uma coisa terrível." Questionado sobre a referência do atirador a ele, Trump professou ignorância. "Eu não vi isso", afirmou. "Mas eu acho que é um evento horrível ... uma coisa horrível, vergonhosa e um ato horrível." Fonte: Associated Press.

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