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Nova líder de Hong Kong adota tom conciliador ao assumir cargo

Carrie Lam sugeriu que novas reformas para levar mais democracia à cidade chinesa não entrarão na pauta tão cedo

Carrie Lam: "a reforma política sempre foi muito sensível, muito complicada e muito difícil" (Bobby Yip/Reuters)

Carrie Lam: "a reforma política sempre foi muito sensível, muito complicada e muito difícil" (Bobby Yip/Reuters)

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Reuters

Publicado em 5 de julho de 2017 às 11h04.

Hong Kong - A nova líder de Hong Kong, Carrie Lam, adotou um tom conciliador nesta quarta-feira e prometeu melhorar os laços com o Parlamento, mas sugeriu que novas reformas para levar mais democracia à cidade chinesa não entrarão na pauta tão cedo.

A ex-colônia britânica comemorou o 20º aniversário de seu retorno ao controle da China no sábado, e o presidente chinês, Xi Jinping, visitou a metrópole e alertou que esta deveria reprimir iniciativas para uma "independência de Hong Kong".

Em 2014, Lam liderou os esforços do governo para aprovar um pacote de reforma política polêmico apoiado por Pequim, que permitiria uma votação direta para a escolha do novo líder da cidade.

Mas a exigência chinesa de que primeiro todos os candidatos sejam pré-selecionados por um comitê majoritariamente pró-Pequim ajudou a desencadear o movimento de desobediência civil e pró-democracia "Occupy" no final do mesmo ano.

O pacote de reforma política acabou sendo barrado em 2015 por parlamentares da oposição que o descreveram como "democracia falsa".

A miniconstituição de Hong Kong, chamada de Lei Básica, garante uma autonomia abrangente e o sufrágio universal como "objetivo final", mas Lam minimizou as perspectivas de novas reformas políticas serem ressuscitadas no futuro próximo.

Autoridades de Pequim também deram a entender que Hong Kong não terá uma segunda chance para fazer reformas democráticas.

"A reforma política sempre foi muito sensível, muito complicada e muito difícil", disse Lam aos parlamentares.

"Se eu... reiniciar a reforma política imediatamente, de forma que a sociedade se envolva em conflitos sérios novamente e as questões da economia e da subsistência cheguem a um impasse, então, como a pessoa com a responsabilidade final, eu teria fracassado", afirmou.

Em sua primeira semana no cargo, Lam passou cerca de uma hora respondendo a perguntas de parlamentares em uma reunião especialmente arranjada, na qual o clima pareceu menos hostil do que o de sessões com seu antecessor, o impopular Leung Chun-ying.

Ela enfatizou seu desejo de melhorar as relações do executivo com a legislatura.

Lam também disse que irá adiantar seu primeiro discurso sobre políticas de outubro para janeiro e priorizar terra, habitação, educação e economia.

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