Nicolás Maduro durante discurso: Maduro declarou que procuradoria vai se dedicar "única e exclusivamente" a resolver casos de "roubo descarado" (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2013 às 08h32.
Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta segunda-feira a criação de uma procuradoria e de tribunais especiais para "atender em tempo real" os casos de "usura", poucos dias depois de ordenar a ocupação de uma rede de lojas de eletrodomésticos por acusações de especulação com os preços.
O presidente disse em rede obrigatória de rádio e televisão que o Ministério Público e a Corte Suprema de Justiça "decidiram, de forma imediata, criar uma procuradoria nacional especial para atender todos os casos de usura, de roubo descarado".
Maduro declarou que a nova procuradoria vai se dedicar "única e exclusivamente" a resolver esses casos.
"Era necessário uma medida destas características para atender, em tempo real, a usura, o roubo", disse, acusando os "parasitas da burguesia" de especularem com os preços para desestabilizar seu governo.
Ao mesmo tempo, pediu "penas severas" para as pessoas que cometerem a usura, e classificou os mesmos como "bandidos e ladrões" e que disse estão sendo "descobertos em flagrante".
Dentro da ofensiva judicial que acompanha as medidas oficiais para ampliar a todos os produtos o controle nos preços, a Corte Suprema de Justiça decidiu também pela criação de tribunais especiais para julgar "sem nenhum tipo de atraso", mas "de acordo com a Constituição" as pessoas que cometem usura, acrescentou.
As declarações de Maduro acontecem em um dia em que milhares de venezuelanos se amontoaram em frente às lojas de eletrodomésticos de todo o país para aproveitar as reduções nos preços.
A procuradoria acusou hoje dois gerentes de uma filial da loja de eletrodomésticos que foi colocada sob intervenção por envolvimento na remarcação de preços e na cobrança excessiva pelos artigos.
A procuradora-geral, Luisa Ortega, informou que o número de detidos dentro da ofensiva do governo contra a especulação chega a 28.
A nova ofensiva, lançada num momento em que a inflação caminha para fechar o ano com um índice acima de 50%, foi rejeitada pelas associações empresariais do país, que pediram respeito à "propriedade privada".