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Negociações para organizar conferência de paz sobre a Síria

Os chefes das diplomacias dos Estados Unidos, da Rússia e da França abordarão a questão no fim da tarde em Paris


	O chanceler sírio, Walid Muallem: ele confirmou no domingo a participação do governo de Assad na conferência de Genebra
 (Thaier Al Sudani/AFP)

O chanceler sírio, Walid Muallem: ele confirmou no domingo a participação do governo de Assad na conferência de Genebra (Thaier Al Sudani/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2013 às 13h49.

Damasco - Os esforços internacionais eram intensificados nesta segunda-feira com importantes reuniões, em Bruxelas e Paris, para organizar, em Genebra, uma conferência que busque uma saída para o conflito que há mais de dois anos atinge a Síria, apesar das divisões da oposição ao regime de Bashar al-Assad.

Os chefes das diplomacias dos Estados Unidos, John Kerry; da Rússia, Serguei Lavrov; e da França, Laurent Fabius, abordarão a questão no fim da tarde em Paris.

A nova conferência se denominará "Genebra 2", após a celebrada em junho nesta cidade suíça que permitiu estabelecer um roteiro para colocar fim ao conflito, mas que não foi levado adiante.

Pela manhã, os 27 ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) se reuniram em Bruxelas para discutir o possível fornecimento de armas aos rebeldes, um tema que divide o bloco.

O encontro acontece antes da expiração à meia-noite de sexta-feira de um pacote de sanções da UE contra o regime de Assad, que inclui um embargo de armas.

Grã-Bretanha e França querem a manutenção do embargo contra o regime, mas que seja permitido armar a oposição. A Áustria, por sua vez, se opõe à entrega de armas aos rebeldes.

No entanto, em Istambul, a Coalizão Nacional - o maior grupo da oposição síria - entrava em seu quarto dia de debates sem conseguir uma posição de consenso sobre a participação nas negociações de paz impulsionadas por Estados Unidos e Rússia.

As divergências se centram sobre a admissão de 22 novos membros na Coalizão, dos quais apenas oito foram aprovados, entre eles Michel Kilo, um intelectual marxista e laico, pertencente a uma família cristã.

Já o ministro sírio das Relações Exteriores, Walid Muallem, confirmou no domingo a participação do governo de Assad na conferência de Genebra, considerada por ele uma "boa oportunidade para uma solução política".


Com o conflito que começa a se estender em nível regional, Muallem disse que seu governo aceitou a princípio participar do encontro.

Nesta segunda-feira, uma jornalista da televisão estatal síria Al Ikhbariya morreu quando fazia uma reportagem sobre a batalha pelo controle da cidade de Qousseir entre as tropas do regime e os rebeldes.

"O ministério da Informação anuncia que a companheira Yara Abas entrou para o grupo dos mártires mortos por terroristas perto do aeroporto de Dabaa", ao norte da cidade, anunciou a emissora.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma ONG ligada aos rebeldes e com sede em Londres, também informou a morte de Abas.

De acordo com a ONG, a jornalista foi morta por um franco- atirador perto do aeroporto de Dabaa. Um integrante da equipe da repórter foi ferido.

O exército sírio, apoiado pelo grupo libanês Hezbollah, iniciou em 19 de maio uma ofensiva contra Qousseir, reduto dos rebeldes e cidade considerada estratégica.

A oposição insiste em exigir a renúncia de Assad para colocar fim a um conflito que já deixou 94.000 mortos, segundo um balanço de uma organização não governamental.

Agora, forjar uma posição comum diante da aproximação da reunião é o objetivo mais urgente para apoiar os grupos armados que enfrentam as tropas do regime, reforçadas pelo Hezbollah xiita libanês.

Dois foguetes explodiram no domingo no bastião do Hezbollah nos subúrbios sul de Beirute, num momento em que os membros desta milícia combatem junto às tropas de Assad na localidade síria de Quseir.

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, declarou-se no domingo "profundamente preocupado" pelo papel crescente do Hezbollah na Síria e pediu para que os esforços sejam redobrados com o objetivo de impedir que o conflito se estenda a outros países.

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